O Brasil tem que continuar a sua agenda de reformas para garantir um maior crescimento da economia e controlar a inflação, defendeu, em Bali (na Indonésia), o presidente do Banco Central daquele País Lusófono da América Latina.
Ilan Goldfajn, que participou numa conferência no âmbito dos Encontros Anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial em Bali, lembrou que o Brasil está a recuperar daquela que foi a maior recessão dos tempos modernos e que tem vivido um período “de menor intervenção na economia” sob o Governo de Michel Temer.
À agência Lusa, o líder do Banco Central brasileiro recusou-se a comentar o impacto de mudanças na Política Económica que venham a resultar das eleições que colocam frente-a-frente, na segunda volta, os candidatos Jair Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL, extrema-direita), e Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores (PT).
Para Ilan Goldfajn, o importante é que avancem as reformas fiscal e a da produtividade naquela que é a maior economia da América Latina, sendo indispensável que seja aprovada a reforma laboral, num país cujos indicadores sobre o crescimento apontam para uma diminuição de 2,5 por cento (%) para um máximo de 1,5%, precisou.
A economia brasileira, neste momento, está a enfrentar um período de incertezas que não estão a ajudar o seu desempenho, como é o caso da guerra comercial entre os Estados Unidos da América e a China e a normalização da Política Monetária norte-americana, que tem tido impacto nos países emergentes, defendeu.
Com a inflação em 4,5%, com reservas que correspondem a 20% do Produto Interno Bruto brasileiro e um sistema financeiro resiliente, Ilan Goldfajn acredita que a economia brasileira tem demonstrado “poder de choque” para absorver impactos, mas avisa que “o cenário benigno dos últimos anos não vai durar sempre”, pelo que “é importante prosseguir com reformas”.