O Departamento da ONU de Luta Contra o VIH/Sida (ONUSida) assinou um Protocolo com o Governo da República Centro-Africana (RC-Africana) para a redução de novas infecções entre os militares, da violência sexual e dos abusos.
O Acordo visa sensibilizar e comprometer os militares em serviço na RC-Africana e pessoal com uniforme que formará o futuro Exército do País para a prevenção e o tratamento do VIH no País, o segundo de África Central com o índice mais elevado de prevalência de Sida.
O director-executivo da ONUSida, Michel Sidibé, realçou a importância do “primeiro Protocolo”, que, sublinhou, “traduz a resolução do Conselho de Segurança de 1983 numa ação concreta”.
O Acordo, assinado também com a Comissão Nacional de Luta Contra a Sida, “coloca a prevenção no centro dos esforços, para acabar com a violência baseada no género como causa e consequência do VIH”, que “é essencial para fortalecer a responsabilização pela violência sexual na República Centro-Africana”.
Dados do ano passado indicam que o VIH foi detectado em 160 mil pessoas e que 15 mil morreram de causas ligadas à Sida.
Um total de oito mil e 700 pessoas foram contaminadas no ano passado.
A República Centro-Africana caiu no caos e na violência em 2013, depois do derrube do ex-Presidente François Bozizé, por vários grupos juntos na designada “Séléka” (que significa coligação na língua franca local), que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas sob a designação “Anti-balaka”.
A Minusca, Missão das Nações Unidas, está no País desde 2014.
O conflito na RCA, que tem o tamanho da França e uma população que é menos de metade da portuguesa (4,6 milhões), já provocou 700 mil deslocados e 570 mil refugiados e colocou 2,5 milhões de pessoas a necessitarem de ajuda humanitária.