A Associação do Turismo de Santo Antão pretende trabalhar em rede com os operadores turísticos locais, para que a actividade turística nesta ilha seja dinamizada ao logo do ano e não apenas durante a chamada época alta.
A informação foi avançada pelo vice-presidente desta associação, Nuno Wahnon Oliveira, que adiantou que, para que o turismo em Santo Antão seja dinamizada ao longo do ano, e não somente oito meses, esta organização, criada em Maio, pretende trabalhar em rede com os operadores nas vertentes internacional e nacional.
Segundo este responsável, durante a época alta, a aposta será no mercado internacional, ou seja, consolidar o mercado Europeu, o único mercado emissor, até agora, para Santo Antão, mas também explorar o mercado da costa ocidental africana, uma ideia, também, lançada pela Câmara do Turismo de Cabo Verde.
O turismo santantonense é marcado pelo problema de sazonalidade, ou seja, os turistas, oriundos de um único mercado (Europa) chegam a Santo Antão entre os meses de Outubro e Maio para a prática de trekking (caminhas em trilhas), o principal produto turístico que a ilha oferece.
Os restantes quatro meses (Junho a Setembro), o turismo nesta ilha regista um forte queda, situação que os operadores esperam contornar, alargando o mercado com a aposta em países como Senegal, Mauritânia Gana, Costa de Marfim e outros.
“A ideia é trabalhar em rede com os operadores na vertente internacional durante a época alta e na vertente nacional ao longo da época baixa”, notou Nuno Oliveira, para quem, a nível internacional, a África é já um mercado potencial para Santo Antão e Cabo Verde, no geral.
É preocupação, também, da Associação do Turismo de Santo Antão “trabalhar” com os municípios na resolução dos constrangimentos que condicionam esta actividade na ilha, com destaque para a capacitação, concorrência desleal, fiscalização, saneamento e recuperação e sinalização dos percursos turísticos.
Com o Governo, esta associação, com sede no Paul, pretende discutir a questão do acesso ao crédito que, segundo este representante, está a preocupar os operadores económicos santantonenses, de uma forma geral.
A Câmara do Turismo de Cabo Verde admite, igualmente, que mercado da costa ocidental da africana é “extremamente importante” para Cabo Verde e será de “maior importância” para as ilhas como Santo Antão, Fogo e São Nicolau, ilhas que podem socorrer-se desse mercado para romper com o problema de sazonalidade.
Santo Antão recebe, nos próximos oito meses, período em que decorre a época alta, “milhares” de turistas, provenientes, sobretudo, do Norte da Europa.
A expectativa dos operadores é de que se mantenha a tendência de crescimento do turismo nesta ilha, que em 2017 recebeu mais de 26 mil turistas, registando um crescimento de 23,8% em relação a 2016.
Inforpress