“Temos instrumentos que apoiam as empresas que querem investir fora dos seus países de origem e em mercados emergentes, através de empréstimos, investimentos em capital, apoiamos ao nível de conselhos, tambem, e estamos muito interessados em apoiar as empresas portuguesas que queiram trabalhar África, investir e fazer operações de desenvolvimento lá”, disse Sérgio Pimenta.
Em declarações à Lusa à margem de um seminário sobre os apoios do Banco Mundial e da Sociedade Financeira Internacional (International Finance Corporation – IFC, na sigla em inglês), o vice-presidente deste órgão do Grupo Banco Mundial dedicado especificamente ao apoio financeiro ao setor privado disse que “as empresas portuguesas têm muitas oportunidades para investir em África, particularmente nos paises lusófonos, e estão numa posição muito forte para ver as oportunidades que há lá e desenvolverem operações interessantes”, vincou.
Questionado sobre os riscos do investimento e de que forma o IFC pode reduzir esses perigos, Sérgio Pimenta disse que esse é precisamente o objetivo deste órgão do Grupo Banco Mundial.
“Com o apoio do IFC podemos ajudar a reduzir os ricos, porque essa é a parte interessante, as empresas analisam os países onde querem investir e os nossos apoios e depois decidem”, concluiu.
O IFC é uma das cinco instituições do Grupo Banco Mundial para ajuda ao desenvolvimento: o Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento dedica-se a ajuda os países de rendimento médio, e a Associação Internacional de Desenvolvimento está mais focada nos países de menor desenvolvimento, sendo que ambas estão vocacionadas para apoiar os Estados.
Depois, há duas instituições de estímulo ao setor privado: a MIGA, centrada nas garantias ao investimento, e a Sociedade Financeira Internacional, focada no apoio aos investimentos privados.
Por último, para além do Banco Mundial propriamente dito, há ainda o Tribunal Internacional para os Conflitos de Investimentos.
No último ano fiscal, de julho de 2016 a junho de 2017, o IFC emprestou cerca de 20 mil milhões de dólares a nível mundial, com a carteira de investimentos em África a ter subido de 10% para 30% do total mundial.
Em abril, o GBM viu o seu capital social aumentado e o seu mandado reforçado na componente de investimentos em países mais arriscados, o que significa que há mais disponibilidade financeira e política para investir nos países africanos, num montante que pode ir de sete a 10 mil milhões de dólares este ano.
O IFC tem um portefólio ativo nos países lusófonos no valor de 241,9 milhões de dólares, cobrindo infraestruturas, mercados financeiros e serviços de manufatura, agornegócios e serviços, sendo que o maior envolvimento é em Moçambique, onde o IFC tem projetos no valor de 184 milhões de dólares, seguido de Angola, com 48,07 milhões de dólares.
Segundo os números fornecidos à Lusa pelo IFC, no ano fiscal terminado em junho, o IFC investiu 68,1 milhões de dólares nestes países, tendo ajudado a mobilizar 2,8 mil milhões de dólares, “essencialmente para o projeto do Corredor de Nacala”, em Moçambique.
Lusa