Jorge Carlos Fonseca falava neste encontro que reuniu vários líderes mundiais nas Nações Uidas, nos Estados Unidos, país onde o chefe de Estado cabo-verdiano se encontra em visita oficial.
“Cabo Verde, na sua luta pela emancipação do colonialismo, encontrou no exemplo de Nelson Mandela, mais do que uma referência, uma ancoragem”, afirmou o chefe de Estado cabo-verdiano.
Jorge Carlos Fonseca disse acreditar que “o exemplo de Cabo Verde, ainda que pequeno, não deixa de ter a força intrínseca que o caracteriza”.
“Da mesma forma que temos contado com a solidariedade internacional, o nosso contributo para que haja mais paz e desenvolvimento no mundo reside na contribuição modesta, certo, do nosso exemplo e de, com ele, podermos trabalhar solidariamente com todos”, disse.
Para o chefe de Estado, “a paz, a estabilidade que ela permite e o progresso que ela favorece, é, sem dúvida, a par da liberdade, o bem público maior para a humanidade e para o convívio entre as nações”.
“Nelson Mandela, o grande ícone da paz que foi, é natural que ele nos inspire e seja o guia na nossa reflexão, ação e responsabilidade de Estados e nações, de tudo fazer para o que mundo realize a paz global”, declarou.
Jorge Carlos Fonseca lamentou, contudo, que neste primeiro quarto do século XXI existam e proliferem “novos conflitos, somando mais sofrimento e destruição de vidas”.
“Neste ano dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, são ainda muitas as zonas de sombra pelas violações que persistem e teimam a manchar a face da dignidade humana”, referiu.
E acrescentou: “Três anos depois da adoção dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das pessoas e do planeta, homens e mulheres correrão o risco de ficar para trás se não encontrarmos as soluções de financiamento para a realização das metas fixadas no horizonte de 2030”.
Para o chefe de Estado cabo-verdiano, “nem tudo é apocalíptico se atentarmos aos exemplos que indicam o caminho a seguir, onde conflitos foram terminados ou evitados, onde os direitos humanos têm sido promovidos e onde a pobreza tem diminuído”.
“Exemplos onde a prevenção e o diálogo político têm impedido o espoletar de conflitos e onde o desenvolvimento tem reforçado as possibilidades de paz. Exemplos finalmente que encontramos na ação de Nelson Mandela feita tanto de luta política quanto de tolerância e persuasão dos ideais de justiça”, realçou.
O Presidente cabo-verdiano vai intervir esta quarta-feira no debate geral anual da 73.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, que começa hoje.
C/Lusa