Após a cerimónia de deposição de uma coroa de flores no mausoléu de Amílcar Cabral, “herói” da independência de Cabo Verde e da Guiné-Bissau, Pedro Pires disse aos jornalistas que, 45 anos depois, os seus pensamentos vão para os ganhos obtidos e patra os companheiros que já não estão vivos.
“Fui um dos protagonistas do ato fundador do Estado da Guiné-Bissau, há 45 anos. Nesta hora, lembro-me dos companheiros que estiveram nesse ato e que hoje já não estão entre nós”, disse Pedro Pires, que foi um dos colaboradores diretos de Cabral na luta contra o poder colonial português, na Guiné-Bissau.
Sobre a independência da Guiné-Bissau, Pedro Pires recorda ainda hoje “todo um processo preparatório que conduziu ao ato de proclamação do estado”.
Confessando-se um “esperançoso e otimista”, o ex-chefe de Estado de Cabo Verde (2001-2011) considera que “as novas gerações têm essa responsabilidade de estabilizar o Estado e proporcionar o desenvolvimento do país”, neste caso a Guiné-Bissau.
“É uma tarefa grande que terão de compreender e cumprir. Quando compreendemos, cumprimos. Se não compreendemos, não cumprimos”, adiantou.
E prosseguiu: “Os outros, tiveram a audácia de fundar o Estado soberano da Guiné-Bissau. Os jovens têm a responsabilidade de consolidar esse Estado e prepará-lo para as pessoas serem mais felizes”.
Sobre o futuro, disse que muitas vezes pensa que “o momento não é tão estimulante”.
“Mas temos de acreditar, de lutar contra a corrente. A esperança é nas novas gerações que vão cumprir e pensar na felicidade dos outros”, concluiu.
O dia da independência da Guiné Bissau está a ser assinalada na cidade da Praia, ilha de Santiago, em Cabo Verde, com um encontro da comunidade que vai incluir um desfile de moda, música e gastronomia.
A independência da Guiné-Bissau foi proclamada a 24 de setembro de 1973. O país tornou-se, assim, na primeira colónia a separar-se de Portugal, que reconheceu este país como independente a 10 de setembro de 1974.
C/Lusa