Com o reajuste, registou-se uma redução nas tarifas máximas de 2,33%, havendo rotas que tiveram diminuição dos preços máximos, enquanto outras aumentaram e outras mantiveram-se inalteráveis.
As reduções mais significativas registam-se nas rotas Praia – São Nicolau (-18%) e Praia – Sal (-16%), contrastando com os aumentos nos percursos Praia – São Filipe (9%) e Praia – Maio (5%) e de Praia – Boavista e Sal — Boavista, que se mantiveram inalteráveis.
Numa sessão de informação e conferência de imprensa, o técnico e inspetor da AAC pela área de regulação económica Silvino Fortes disse que, da monitorização do mercado, a reguladora detetou irregularidades nas tarifas anteriores, pelo que teve de intervir.
Entre as irregularidades apontou o facto de pessoas às vezes pagarem duas vezes no mesmo percurso, que era determinado por linha, mas que agora passa a ser por origem e destino.
“A AAC teve uma necessidade de fazer uma alteração ao regulamento e clarificar que o espírito é origem-destino, independentemente de escalas intermédias, o operador tem de aplicar é a tarifa publicada origem-destino”, esclareceu.
A agência reguladora, prosseguiu o técnico, detetou também que desde a saída da Transportadora Aérea Cabo-verdiana (TACV) dos voos domésticos, em agosto de 2017, altura em que a Binter passou a ser o único operador no mercado local, aumentou ligeiramente as tarifas médias.
“Atualmente temos uma homogeneidade das tarifas em Cabo Verde, houve necessidade de fazer diminuições e aumentos”, esclareceu Silvino Fortes, reconhecendo que há vantagens e desvantagens, dependendo das rotas, mas afirmou que se justificava a “calibração dos preços”.
Silvino Fortes disse que a AAC fez ainda uma proposta à Binter Cabo Verde para aumento do mínimo da franquia de bagagem para 40 kg para quem comprar bilhetes na tarifa máxima, mas a operadora não aceitou e manteve o mínimo de 20 kg.
“Essa ideia não foi aceite pela operadora e como a tarifa é constituída pela componente preço e condições, a única opção que a AAC tinha era trabalhar os preços, que resultaram das novas tarifas”, referiu.
Com a nova tabela, mantêm-se pelo menos três classes tarifárias, passará a haver uma diferença entre venda direta e indireta e venda online e off-line e haverá uniformidade e preço/quilómetro viajado, salientou o técnico.
Com as novas tarifas máximas, Silvino Fortes adiantou que a AAC espera uma redução do custo global das passagens na ordem dos 5,28% e um crescimento do mercado de 6,33%, mas perspetiva que a operadora degrada as condições associadas ao bilhete, reduzindo o mínimo de franquia de bagagem.
Mas para compensar, a AAC espera que a operadora introduza a venda de bagagem extra aos passageiros, cujos preços serão regulados caso a Binter avance para essa modalidade.
LUSA