Normalmente, quando o Oceano Pacifico está em ativo com energia das tempestades, o Oceano Atlântico não está. Este fenómeno de altos e baixos é bem conhecido pelos cientistas, que este ano esperavam uma maior agitação no Pacífico. Num momento em que o Atlântico já deveria acalmar, apareceu o furacão Florence.
“O mais interessante é que o Pacífico deveria estar ativo, mas o Atlântico mantém toda a intensidade, o que não é muito normal”, explicou Phil Klotzbach, especialista da Universidade do Colorado, à NBC News. “Estou surpreendido por ver o Pacífico e o Atlântico ativos ao mesmo tempo”, admitiu.
Já foram identificadas nove tempestades no Atlântico e 15 no Pacífico desde o início da época dos furacões, que começou a 1 de junho e a 15 de maio, respetivamente. O especialista alerta e recorda que, desde 1970, só há registos de dois anos, 1990 e 2016, em que a Energia Ciclónica Acumulada foi superior à média nos dois locais, ao mesmo tempo.
Uma das causas para este tipo de fenómeno está relacionada com o aumento da temperatura da água do mar. Trata-se, assim, de mais um sinal que aponta para os riscos associados ao aquecimento global. “Sabemos que estas mudanças estão a acontecer. Podemos, pelo menos, falar de uma relação hipotética entre os furacões e o aquecimento dos oceanos”, explica Kristy Dahl, da “Union of Concerned Scientistis”, uma ONG, que trabalha na proteção ambiental.
Esta segunda-feira, o furacão Florence atingiu a categoria 3, com ventos superiores a 185 quilómetros por hora. A Organização Mundial da Meteorologia anunciou também a probabilidade de 70% de se verificar, este ano, o El Niño, com fenómenos climáticos extremos associados às variações de temperatura na superfície do oceano.
JN