O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, considera que a desmilitarização da Renamo (Resistência Nacional de Moçambique), principal partido da oposição, será um sucesso, mas fez um apelo para que o país se mantenha vigilante face à complexidade do processo.
“No âmbito dos assuntos militares, os progressos que temos registado na implementação deste documento (Acordo de Paz), permitem antever sucessos no desarmamento, desmobilização e reintegração social dos militares da Renamo”, declarou Filipe Nyusi, discursando na cidade da Beira, por ocasião do Dia da Vitória, que se assinalou sexta-feira, 7, em todo o país.
No entanto, acrescentou, o povo deve permanecer sempre vigilante. O Chefe de Estado assinalou que o país não deve ter grupos armados à margem do quadro jurídico do Estado, recordando as consequências nefastas dos vários ciclos de violência armada que ocorreram em Moçambique.
Filipe Nyusi destacou que o diálogo com a Renamo permitiu a revisão pontual da Constituição da República para o aprofundamento da descentralização e de um novo figurino para a eleição dos órgãos autárquicos. “Trata-se de um processo que pode não ser ainda perfeito, mas permite reduzir a conflitualidade decorrente de actos eleitorais”, declarou Nyusi.
Sobre o Dia da Vitória, Nyusi disse que a efeméride marca a consagração da determinação dos combatentes da luta de libertação nacional contra o colonialismo português.
A proeza, prosseguiu, permitiu que o Governo português aceitasse a assinatura com a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), actual partido no poder, do Acordo de Lusaca (na Zâmbia), a 7 de Setembro de 1974.
O entendimento abriu caminho para a proclamação da independência nacional, a 25 de Junho de 1975.