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Política

São Vicente: Deputados da UCID acusam presidente da Assembleia Municipal de “ingerência” nos assuntos internos do partido

A UCID, conforme a líder da sua bancada, Isidora Rodrigues Santos, não participou e abandonou a sala da assembleia, durante a sessão extraordinária para debater a criação da Região Administrativa de São Vicente, por “divergências” com a presidente da Assembleia Municipal.

Fernanda Vieira, conforme os representantes democratas-cristãos, “pretende impor” como deputada da UCID uma ex-militante, a Vânia Monteiro, desvinculada do partido desde Agosto de 2017, a pedido da mesma.

“Não é a primeira vez, já na sessão anterior houve esta tentativa, aliás foi frustrada”, aclarou Isidora Rodrigues Santos, que adiantou “dar a impressão” que há “uma tentativa de ingerência” nos assuntos internos do partido.

“O que é intolerável na democracia”, enfatizou.

Vânia Monteiro, segundo a mesma fonte, participou na lista da UCID na situação de militante nas últimas eleições autárquicas, realizadas em Setembro de 2016, em que figurava na sétima posição e “consequentemente não foi eleita”.

“O Código Eleitoral permite que na formação das listas os elementos possam assumir a qualidade de independente, o que não é o caso desta cidadã”, sublinhou a líder democrata, que acrescentou que esta, a 17 de Agosto do ano passado, pediu “a sua eliminação de militância”, alegando razões pessoais.

Deste modo, com base no artigo 9, número um, do regimento da Assembleia Municipal de São Vicente (AMSV), os deputados da UCID consideram que o lugar de deputado, “é pertença do grupo e não de nenhum outro cidadão que não se identifica com o partido”.

“A UCID não pode ter um número oficial de deputados flutuantes, oscilando hora seis eleitos, hora cinco, em função da saída e entrada do titular do lugar”, criticou Isidora Rodrigues que entendeu não haver “razões objectivas, legais e políticas” para Vânia Monteiro ocupar o lugar, quando “não esteve disponível para manter-se no partido”.

Assim, como “forma de pôr as coisas a funcionar”, os democratas cristãos ameaçam levar o assunto a “outras instâncias”, inclusive, ajuntou, ao Tribunal.

“Não há uma vontade política da senhora presidente em resolver este assunto, há uma tendência em empenar esta questão e fazer com que se torne uma birra política”, criticou Jorge Pinto, outro dos deputados presente na conferência de imprensa.

Já a presidente da AMSV, Fernanda Vieira, afirmou que os deputados abandonaram a sala por “razões internas de substituição de eleitos”, em que a mesa da assembleia “tem uma leitura” e o partido “tem outra”.

“Mas vamos chegar a entendimento em relação a isso”, assegurou a responsável que adiantou ser um assunto que vão resolver “internamente e directamente com a UCID”.

A Assembleia, segundo a mesma fonte, só recebeu a nota de substituição, no papel e por email, no dia de hoje. Uma afirmação contrariada pelos deputados que confirmam o envio do documento na última segunda-feira, mas “não chegaram a receber respostas”.

“Mas vamos resolver isso com a UCID pacificamente, porque estamos aqui é para resolver. São questões que estamos abertos a esclarecer, mas dentro da legalidade”, concretizou Fernanda Vieira.

Inforpress

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