Os deputados da Assembleia Municipal de São Vicente (AMSV) votaram, na quarta-feira (5) por unanimidade a favor da criação da Região Administrativa da ilha, numa sessão que ficou marcada pelo abandono da sala dos representantes da UCID.
Depois desta deliberação favorável, conforme a presidente da AMSV, Fernanda Vieira, contam com um prazo de 30 dias para entregar à Assembleia Nacional esta decisão, que “ficou patente” logo no encontro, realizado na última segunda-feira, com dois deputados nacionais, João Gomes (MpD) e Manuel Inocêncio (PAICV) que apresentaram as propostas de regionalização dos dois partidos.
“Foi uma sessão extraordinária, uma sessão pública de esclarecimentos e socialização, em que podemos auscultar a população e preparar para a sessão de hoje”, explicou Fernanda Vieira, que adiantou que as pessoas presentes saíram “satisfeitas”.
Já o líder da bancada do PAICV (oposição), Baltazar Ramos, reportou ao histórico deste processo que surge “essencialmente da sociedade” e que representa os “anseios mais profundos da sociedade sanvicentina”.
De acordo com este responsável político, deve-se fazer referência também ao “papel importante” que a diáspora cabo-verdiana tem tido neste assunto de defesa da regionalização.
“Uma defesa que pretende resolver o essencial dos factores que têm determinado assimetrias regionais gritantes e que têm cerceado capacidades locais para o desenvolvimento”, salientou o líder tambarina, acrescentando que nestas condições o PAICV “não poderia ter uma posição diferente”, senão o de votar favoravelmente a constituição da região administrativa de São Vicente.
Mesmo posicionamento teve o líder da bancada do MpD (situação), Emanuel Miranda, para quem o “sim” mostrava-se “incontornável”.
“Não passa pela cabeça de ninguém responder não à ideia de regionalização de São Vicente e de Cabo Verde”, assegurou o deputado municipal, que defende que as duas propostas, do PAICV e do MpD, são “praticamente coincidentes” e com “muitos aspectos positivos”.
Agora, segundo a mesma fonte, espera-se que a Comissão Paritária “faça o seu trabalho” e traga a “melhor proposta” que sirva a Cabo Verde.
“Os modelos é que têm que ser afinados e ajustados, conforme o jogo político em presença”, reiterou o deputado ventoinha, defendendo que a “unicidade do país “não deve ser posta em causa” com a regionalização.
Um mesmo modelo de gestão política que, segundo o líder da bancada do PAICV, precisa determinar os recursos com que as regiões podem contar.
“As regiões devem ter os próprios recursos para promover o crescimento e desenvolvimento económico”, salientou Baltazar Ramos, adiantando que se isto não acontecer, vai manter “tudo na mesma”, o que seria “uma desilusão”.
A proposta de regionalização recebeu o voto favorável da unanimidade dos 16 deputados, presentes da sessão extraordinária, 11 do MpD, quatro do PAICV e um da UCID, partido cujos restantes representantes abandonaram a sala, antes da verificação do quórum, alegadamente por razões relacionados com substituições de deputados.
Fonte. Inforpress