“Precisamos de uma globalização para o desenvolvimento e não apenas para o comércio e investimento. Este é o propósito que partilhamos com a República Popular da China através do FOCAC”, considerou o Primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, para quem a globalização deve ser inclusiva, com impacto nas pessoas, no seu bem-estar físico e intelectual e que coloca a dignidade da pessoa humana no centro das políticas públicas.
O Chefe do Executivo cabo-verdiano que falava hoje, terça-feira, 4, durante a sua intervenção, na mesa redonda da Cimeira do FOCAC, em Pequim, China, defendeu que a globalização deve, por um lado, criar as condições para o acesso e partilha mais impactante do conhecimento, da ciência e da tecnologia. E, por outro lado, ser imprescindível sobre o ambiente interno dos países para criar condições institucionais, organizacionais, educacionais, económicas e de confiança.
“Assim, todos ganham. Mais desenvolvimento nos países africanos, potenciam ainda mais comércio, mais investimento e mais sustentabilidade ambiental a nível global”, enfatizou o primeiro-ministro, indicando ser o tipo de abordagem estratégica win win e de benefícios mútuos”.
Por esta razão, “estamos convictos que este Fórum é marcante no caminho comum para uma nova era da globalização onde todos ganham e ninguém fica de fora, em linha com as Agendas 2030 e 2063 e em prol da construção de uma ordem internacional mais justa e harmoniosa”, sustentou Ulisses Correia e Silva.
Por outro lado, o primeiro-ministro defendeu uma África relevante e proactiva nas “complexas redes de relações políticas, económicas e securitárias mundiais, com a capacidade de inserir em mercados externos competitivos”.
Em relação a Cabo Verde, a ambição é de atingir o desenvolvimento sustentável, tendo o Chefe do Executivo considerado o percurso da China um exemplo de que é possível entrar na era do desenvolvimento sustentável através de uma visão partilhada, capacidade de conceber e de executar reformas, bem como abertura económica e aposta no conhecimento e na tecnologia.
A terminar o seu discurso, o primeiro-ministro saudou a iniciativa “One Belt One Road”, como um instrumento importante para a promoção da conetividade global baseada “num futuro compartilhado através da cooperação mutuamente vantajosa”, como expressa a Declaração de Beijing. Felicitou, igualmente, o Plano de Ação 2019/2021 assim como as 8 medidas e a disponibilização do montante de 60 bilhões de US Dólares para ajudar na sua implementação anunciadas pelo Presidente Xi Jinping, ontem, durante a abertura do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC).
Recorda-se que o Primeiro-Ministro de Cabo Verde, José Ulisses Correia e Silva, encontra-se na China, numa visita de trabalho, de 2 a 8 de setembro, para representar Cabo Verde no Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), para além de encontros de trabalho com o Presidente, Xi Jinping, com o 1º Vice PM, Han Zheng, assim como visitas a empresas chinesas, no quadro do projeto da ZEEMSV, a Portos, Infraestruturas Portuárias, Centros de Estudos e Instituições referenciadas em Pequim, zonas económicas especiais, entre outras atividades.