Mesmo que as relações entre a Polónia e a União Europeia (UE) se degradem, o Governo conservador não quer sair da UE, assegura o ministro da Defesa, Mariusz Blaszczak, numa entrevista à rádio pública.
“O Governo do Lei e Justiça (PiS, nacionalista, que governa a Polónia desde 2015), quer que a Polónia permaneça na UE. Com a nossa política, apenas queremos construir uma posição mais forte do nosso país na UE, ao contrário do que fizeram os governos polacos anteriores”, disse o ministro.
Blaszczak afirmou que “os parceiros europeus receberam, nos últimos meses, informação distorcida do que acontece na Polónia”, aludindo a polémicas reformas legislativas criticadas pela UE, mas disse-se confiante de que os parceiros acabarão por compreender a conveniência dessas reformas.
As declarações de Blaszczak surgem depois de a imprensa polaca admitir o risco de uma saída da Polónia da UE, que já designa como “Polxit”, após afirmações feitas pelo vice-primeiro-ministro, Jaroslaw Gowin, de que o Governo vai “provavelmente ignorar” o veredicto do Tribunal de Justiça da UE sobre a sua Reforma Judicial.
O Tribunal Europeu começou, na segunda-feira, 27, a analisar a polémica Reforma Judicial polaca, que a oposição e a Comissão Europeia consideram violar a independência judicial e a separação de poderes.
A Lei é criticada, nomeadamente, por forçar a jubilação antecipada dos juízes mais velhos do Supremo Tribunal, o que implica a saída de 27 dos 72 juízes que compõem, actualmente, este órgão, incluindo a juíza-presidente, que recusa abandonar o cargo.