Os pescadores do Tarrafal de Monte Trigo, interior do Porto Novo, Santo Antão, enfrentam, actualmente, dificuldades na conservação do pescado, já que a unidade local de produção de gelo não responde às necessidades dos operadores.
Segundo o presidente da Associação dos Pescadores do Tarrafal de Monte Trigo, Isaías Pires, através da unidade de apoio à pesca artesanal nesta comunidade piscatória tem-se conseguido produzir “alguma quantidade de gelo”, mas “muito aquém” das necessidades dos operadores, que estão a ter dificuldades na conservação do pescado, alertou.
“Em termos de conservação do pescado estamos a ter muitos problemas. A unidade de gelo não consegue responder às necessidades dos pescadores”, notou Isaías Pires, que adiantou que a pesca no Tarrafal de Monte Trigo está a enfrentar constrangimentos de vária ordem.
O Governo já anunciou um projecto integrado de desenvolvimento das pescas no Tarrafal de Monte Trigo, com início em Janeiro de 2019, financiado em 200 mil contos, no âmbito do qual se pretende resolver a questão de conservação e comercialização do pescado nesta “importante comunidade piscatória”, onde se situa “um dos maiores bancos de pesca” de Cabo Verde – o banco do Noroeste.
O projecto consiste ainda na aquisição de uma embarcação semi-industrial, construção de arrastadores de botes, entre outros.
O presidente da Associação dos Pescadores do Tarrafal de Monte Trigo acredita que a pesca nessa localidade, que enfrenta “dias difíceis”, “ganharia muito” com este projecto, caso viesse, de facto, a ser realizado.
“Seria muito bom, porque a pesca no Tarrafal de Monte precisa de melhor atenção por parte do Governo. Há muito que os pescadores têm estado a alertar para a situação difícil por que a pesca nesta comunidade piscatória”, avançou.