Centenas de escolas da Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) vão reabrir na data prevista, apesar do corte drástico da ajuda norte-americana.
A UNRWA indicou que as 711 escolas que dirige nos territórios palestinianos, na Jordânia, no Líbano e na Síria e que contam no total com 526 mil alunos vão reabrir as portas em Setembro.
O secretário-geral da ONU, o português António Guterres, tinha dado a entender que o regresso às aulas estava em risco devido à falta de fundos, depois de, em Janeiro, os Estados Unidos da América (EUA), principal doador da UNRWA, terem anunciado o congelamento de dezenas de milhões de dólares de ajuda.
Em 2018, os EUA atribuíram a esta agência da ONU 60 milhões de dólares (52,6 milhões de euros), quando em 2017 tinham doado 360 milhões (315,7 milhões de euros), o que representou quase 30 por cento do seu financiamento.
Vários países já pagaram a sua contribuição anual, mas isso não resolve o problema de fundo.
Criada em 1949, a UNRWA apoia mais de três milhões de palestinianos registados como refugiados, sobreviventes ou descendentes das centenas de milhares que fugiram ou foram expulsos durante a guerra que se seguiu à criação do Estado de Israel em 1948.
A agência, que emprega mais de 20 mil pessoas, a grande maioria palestinianos, anunciou o mês passado a decisão de despedir mais de 250 em Gaza e na Cisjordânia ocupada, após o congelamento da ajuda norte-americana.
O embaixador de Israel junto das Nações Unidas, Danny Danon, aplaudiu a decisão norte-americana, considerando que a UNRWA “abusa da ajuda humanitária da comunidade internacional para apoiar a propaganda anti-israelita” e “encorajar o ódio”.