As autoridades da província de Henan, centro da China, determinaram, esta segunda-feira, 13, que não houve fraude durante o “Gaokao” chinês, o maior exame de acesso à universidade do mundo, considerado “crucial para a meritocracia chinesa”.
Os pais de quatro estudantes denunciaram, na semana passada, que os exames dos filhos foram trocados, acusando as autoridades de “má conduta” e “abuso de poder”.
Após reverem os exames dos estudantes e as imagens captadas pelos vídeos de vigilância no centro de exames, as autoridades asseguraram que não ocorreram ilegalidades.
Os pais suspeitavam que os gabinetes de admissão da província tinham trocado as folhas dos exames, após os seus filhos receberem notas muito aquém do que esperavam.
Os pais afirmaram, ainda, que havia correcções nas respostas que não tinham sido feitas pelos seus filhos.
Num outro caso difundido a semana passada, seis pessoas foram condenadas na China a penas até quatro anos de prisão, por organizarem um esquema fraudulento durante o “Gaokao”.
Os alunos levaram para o exame transmissores e receptores sem fios, a partir dos quais leram as perguntas a colaboradores fora das instalações, que após consulta transmitiram as respostas.
Uma lei aprovada em 2015 prevê penas de até sete anos de prisão, em caso de cábulas durante o exame de acesso ao Ensino Superior.
Pelas contas do Governo chinês, de um total de quase dez milhões de adolescentes que se submeteram ao exame, apenas 3,25 milhões conseguiram entrar na universidade.
Entre aqueles, só alguns milhares terão acesso às universidades de topo do país, que garantem maiores probabilidades de um bom futuro profissional ou académico.
De acordo com relatos na imprensa local, os produtos e dispositivos utilizados por cábulas variam entre relógios, auscultadores e “T-Shirts” com receptores, e até equipamento usado em espionagem.