A actuação da banda inglesa UB 40, na madrugada de hoje, na Baía das Gatas, será recordada como uma das melhores de sempre do festival, no dia em que a estância turística registou mais uma grande enchente.
Na cabeça dos milhares que preencheram o areal, certamente figurava UB 40 como cabeça de cartaz da 34ª edição, daí a enchente, até porque se tratava de uma banda mítica, do Reino Unido, formada em 1978, cuja actuação só veio confirmar a expectativa que pairava no ar.
“Parece que estou a ouvir o disco e não uma actuação ao vivo”, lançava um mindelense, olhos fixados no palco, quando qualificava o som debitado por Alli Campbell, Astro e Mickey Virtue e banda, completado por um outro colega, ao lado, que só pronunciava “incrível, incrível”.
Com efeito, durante hora e meia, UB 40 percorreu temas do seu mais recente álbum, mas sem dúvida que os sucessos mais antigos como “Kingston Town”, “Fall in love with you” ou “Red, red wine”, entre outros, foram os que “levantaram” o público da Baía das Gatas.
Ademais, trata-se de uma banda com longo percurso, repleto de sucesso, várias vezes premiada, e por isso também o “domínio” que exerceu sob um público, que conquistou desde os primeiros acordes, num “casamento” que só poderia dar em felicidade.
UB 40 deixou palco, logo de seguida ocupado pela brasileira Cláudia Leitte que, mal entrou, disse sentir-se em casa, elogiou o Carnaval do Mindelo e agradeceu o convite para actuar para pessoas “sensacionais”.
“Estou emocionada e vou levar esta imagem para o Brasil”, completou.
Depois foi o ritmo quente do axe brasileiro, baía a pular, Cláudia Leitte e banda a desfilar sucesso atrás de sucesso, com a plateia a responder, braços no ar, aos pulos. E não faltou uma incursão pelo tema “Sodade”, celebrizado por Cesária Évora e, até, pelos ritmos do reggae, com a interpretação do tema “Is this love”, de Bob Marley, e por um tema do angolano Matias Damásio.
Se Cláudia Leitte fixou o “povo da baía” do princípio ao fim da sua actuação, antes, no arranque do segundo dia, outro brasileiro, Dudu Nobre, por esta altura muito conhecido em São Vicente, “transportava” para a Baía das Gatas o Carnaval de Verão. Literalmente.
Foi Brasil e São Vicente “fundidos” em palco, em nome do Carnaval, pois a Dudu Nobre juntaram-se os mindelenses Edson Oliveira e Gay, para mais uma celebração da festa do Reio Momo, desta feita à beira-mar.
As honras de encerrar o segundo de três dias da 34ª edição do Festival Internacional de Música da Baía das Gatas coube ao angolano C4 Pedro, público da baía a aguentar, estoicamente, madrugada alta, para ouvir e apreciar ritmos dos estilos pop, afro beat e house, mas também rnb, zouk e kizomba. Estava lá tudo. E C4 Pedro e o público não o fizeram por menos, tal foi o entendimento para uma falange da plateia, bem grossa, que mostrou adorar o estilo do artista angolano.
Com a madrugada a bater às portas de mais uma manhã de domingo, baixou a cortina do segundo dia de actuações.
Baía das Gatas volta a pôr-se de pé hoje, mais cedo, às 18:00, para receber e, com certeza, aplaudir, as bandas escalonadas para este terceiro e último dia do festival.
A abertura será protagonizada, de novo, por DJ, desta feita Fatboy e Mc Me, para uma tarde/noite em que deverão actuar ainda Batchart, que convida Mark Delman e Ary Beatz, depois Nelson Freitas, e, encerrar a 34ª edição, Richie Campbell & The 911 Band.
Fonte: Inforpress