A população do Mali prepara-se para a segunda ronda das Eleições Presidenciais, que este domingo, 12, volta a colocar Soumaila Cissé frente a Ibrahim Boubacar Keïta, que venceu a disputa entre os dois em 2013.
A segunda volta avança após a rejeição pelo Tribunal Constitucional, de recursos apresentados pela oposição contra os resultados da primeira volta.
Na primeira ronda, os resultados apresentados pela presidente do Tribunal Constitucional, Manassa Danioko, declararam que o actual chefe de Estado, Ibrahim Boubacar Keita, também conhecido por IBK, foi o mais votado, com 41,70 por cento (%).
Cissé, que reuniu 17,78% dos boletins válidos, contestou estes resultados, alegando que não eram “verdadeiros ou credíveis”.
Danioko apontou que os dois se defrontaram este domingo, à semelhança do que aconteceu nas eleições de 2013, que IBK venceu com mais de 77% dos votos.
Na quinta-feira, a agência espanhola Efe noticiou que Cissé falhou em conseguir o apoio determinante de dois candidatos.
Tanto o empresário Aliou Diallo, que obteve 8,03% dos votos, como o ex-primeiro-ministro Cheick Modibo Diarra (7,39%) rejeitaram apoiar Cissé.
Para além de rejeitar apoiar Cissé, Diallo apelou aos seus apoiantes que boicotem as eleições.
Já Diarra, em conferência de imprensa, recusou apoiar qualquer um dos candidatos porque “nem o IBK nem Cissé representam uma alternativa”.
Segundo vários observadores, a falta de apoio a Cissé deixa IBK como claro favorito na segunda volta, o que lhe deve valer um segundo mandato.
A presidente do Tribunal declarou que a maioria das queixas apresentadas pela oposição eram “inadmissíveis”, tendo rejeitado três, alegando entregas fora do prazo.
A oposição acusou o poder de utilizar o clima de insegurança no país para manipular as eleições.
O vencedor, que entrará em funções em Setembro, terá de relançar o acordo de paz assinado em 2015 entre o Governo e a antiga rebelião tuaregue, que tarda em ser aplicada.
O acordo foi assinado após uma intervenção militar francesa, em 2013, que recuperou o controlo do Norte do Mali às forças jihadistas, que continuam a atacar o Exército do país e missões humanitárias no território.
A comunidade internacional espera que o próximo Presidente interrompa a violência que se espalhou do Norte do país até ao Centro e Sul do Mali e para países vizinhos, como o Burkina Faso e Níger.