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Moçambique: Renamo reclama reintegração “digna e humanizada” nas Forças Armadas

O coordenador interino da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) sustenta que a reintegração do braço armado do seu Partido deverá ser feita de “forma digna e humanizada”, considerando que as armas serão entregues a um organismo previamente instituído.

“A força residual da Renamo vai proceder à entrega das armas a um organismo previamente instituído para o efeito e será reintegrada na sociedade de forma digna e humanizada”, disse Ossufo Momade, falando em tele-conferência para jornalistas da capital moçambicana (Maputo).

O Memorando, que prevê a reintegração de oficiais da Renamo em lugares de Comando das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, foi assinado, na segunda-feira, 6, por Ossufo Momade e o Chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi.

O coordenador interino do principal Partido de oposição explicou que a reintegração dos homens da Renamo na Polícia vai acontecer após o acordo, considerando que o seu Partido espera que o Memorando seja cumprido.

Na sua declaração à Nação, na segunda-feira, o Presidente moçambicano disse que, dentro de dias, serão anunciados os passos seguintes no processo, mas sem avançar detalhes.

O actual processo negocial entre o Governo moçambicano e a Renamo começou há um ano, quando Filipe Nyusi se deslocou à Gorongosa, no centro de Moçambique, para uma reunião com o então líder da Renamo, Afonso Dhlakama, no dia 6 de Agosto do ano passado, num encontro que ficou marcado por um aperto de mãos.

Além do desarmamento e integração dos homens do braço armado do maior partido de oposição nas Forças Armadas e na Polícia, a agenda negocial entre Nyusi e Dhlakama, que faleceu no dia 3 de Março, envolvia, também, a descentralização do poder, ponto que já foi ultrapassado com uma revisão da Constituição, em Julho.

Moçambique assistiu, entre 2015 e 2016, a uma escalada nos conflitos militares entre as forças governamentais e o braço armado da Renamo, que não aceita os resultados eleitorais de 2014, acusando a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, de fraude.

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