O chefe das Forças Armadas israelitas apela para que se mantenha a política fora da instituição, num contexto de protestos da minoria drusa contra uma Lei, aprovada recentemente, que consagra o carácter judaico do Estado.
O tenente-general Gadi Eisenkot pediu a “todos os comandantes e soldados para deixarem as questões políticas controversas” fora das Forças Armadas.
Em comunicado, o chefe do Estado-Maior reafirmou que existe uma “missão compartilhada e camaradagem” com os drusos, uma minoria de língua árabe, que serve nas Forças Armadas israelitas.
Como outras minorias, os drusos ficaram indignados com a Lei Estado-Nação, que consideram torná-los cidadãos de segunda.
Dois oficiais drusos disseram que deixarão as Forças Armadas em resposta à Lei.
Aprovada a 19 de Julho, com 62 votos a favor, 55 contra e duas abstenções, a Lei consagra Israel como Nação Judaica, “lar nacional” do povo judaico e o hebraico como única língua oficial.
Israel tem 17,5 por cento (%) de cidadãos árabes israelitas, a generalidade dos quais não integra as Forças Armadas, com excepção dos drusos e dos beduínos.
A religião dos drusos desenvolveu-se a partir do islão xiita, embora muitos dos muçulmanos da região do Médio Oriente não os considerem islâmicos.
Líderes da comunidade drusa e três deputados apresentaram um recurso ao Supremo Tribunal contra a Lei, por a considerarem discriminatória.
Vários antigos responsáveis militares, como o ex-chefe do Estado-Maior, Gabi Ashkenazi, os ex-chefes dos serviços de informações (Mosad e Shin Bet), Tamir Pardo e Yuval Diskim, respectivamente, anunciaram que participarão na manifestação contra a Lei, marcada para o próximo sábado, 4, em Telavive.