O delegado de Saúde da Ilha Brava, o médico Carlos Reis, classifica a Lixeira Municipal, situada em Favatal, como “um atentado à Saúde Pública”, devido à infestação de pulgas e lotação da mesma.
Em declarações à Inforpress, Carlos Reis mostrou-se preocupado com a situação da Lixeira, localizada entre a cidade de Nova Sintra – a Capital do Município – e a poucos quilómetros de Furna, na mesma zona onde fica, também, a Central Eléctrica.
“Há pouco tempo, tivemos a informação de que a Central Eléctrica estava infestada de pulgas, fizemos a pulverização, mas sabemos que só isso não é suficiente para controlar a situação”, disse aflito, aquele responsável.
Afora as pulgas, outra inquietação relacionada com a Lixeira – segundo o delegado -, tem a ver com a sua lotação, acumulação de muitas bolsas de plástico, a aproximação da época das chuvas e a criação dos mosquitos.
“Esta Lixeira já não tem espaço para receber mais lixo. É preciso procurarmos soluções urgentes, uma outra alternativa. A época das chuvas já está aproximando, não há uma selecção dos lixos para separação, uma grande quantidade de latas e plásticos que após a queda das chuvas com certeza vai agravar ainda mais a situação actual”, alertou.
O clínico adiantou à Inforpress que já fez um pedido ao Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), para tomar às devidas precauções, visto que o arquipélago está a “lutar para a erradicação do paludismo e eliminação dos focos de mosquitos”.
Nesta ordem de ideias, o médico desafia a Câmara a se reunir com outras entidades e associações, de forma a pensar numa solução urgente, ainda para 2018, “além das campanhas de limpezas e propor uma outra Lixeira”.
A vereadora responsável para a área de Saneamento na “Ilha das Flores”, Domingas Coelho, ao ser confrontada com as declarações do delegado de Saúde, disse ter consciência da gravidade da situação, adiantando, contudo, que é um problema que se vem arrastando de há vários anos.
“Estamos à procura de soluções. Devo adiantar, entretanto, que está no nosso Plano a construção de um Aterro Sanitário, que só será construído em 2020, pois, estiveram especialistas na Ilha, que não detectaram nenhum espaço que permitisse fazer a mudança da Lixeira neste exacto momento”, disse.
“A única solução viável nesta altura é vedar o local, arranjar um espaço para queimarmos parte do lixo, de forma a tentar amenizar a situação e aguardar a decisão dos especialistas para a construção do aterro”, informou Domingas Coelho.
O delegado de Saúde reagiu com surpresa e inquietação, quanto à hipotética data apontada pela Autarquia para a construção do Aterro Sanitário. “2020 é um prazo muito longínquo, uma vez que o país tem como meta, até esta data, a erradicação do paludismo. Aguardar até 2020 para a construção de um Aterro, é dar espaço para termos mais focos de mosquitos, originando, assim, possíveis casos de paludismos”, salientou.
Esta questão está suscitando várias inquietações no seio da população local, que, inclusive, já está a organizar uma campanha de limpeza na Lixeira, assim como em diversos pontos da “Ilha de Nhô Tatai”.
Com Inforpress