O Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou “povo, cultura e futuro” como marcas da CPLP mas enalteceu a importância do futuro para a Comunidade, e que “está a recomeçar em Cabo Verde”.
O chefe de Estado português chegou cerca das 20:00 de segunda-feira a Cabo Verde, onde hoje participa na Cimeira da CPLP, mas pouco depois das 21:00 já se encontrava na Praça de Santa Maria, para assistir ao espectáculo musical, aberto ao público e gratuito, em honra dos convidados.
Chegou minutos antes do seu homólogo cabo-verdiano, a todos cumprimentou, distribuiu apertos de mãos, sentou-se e assistiu ao espectáculo, do princípio ao fim, ladeado por Jorge Carlos Fonseca e a primeira-dama, ora a mexer o corpo, ora os pés, como quem marca o compasso do som que vinha do palco.
O Presidente de Portugal não se esquivou quando a cantora Jennifer Soledad o desfiou para um pé de dança ao som do tema “Ariá” do Carnaval do Mindelo, vibrou com a actuação de Jorge Sousa, “um jovem de 70 anos a cantar e muito bem”, como diria no fim, quando classificou o espectáculo de “inesquecível”.
Aos jornalistas referiu-se ainda ao “entusiasmo popular”, sobretudo dos mais jovens, que encheram a Praça de Santa Maria, uma prova de que a cultura, sustentou, “é fundamental”, porque aproxima as pessoas, torna-as “mais afectivas, mais participativas”, e, nesse sentido, precisou, foi “um espectáculo inesquecível”.
“É a morabeza cabo-verdiana no que há de melhor em várias gerações, 70, 50, 40, 30 e 20 anos, é fabuloso”, reforçou.
Quem também marcou presença na noite musical, abrilhantado por Mirri Lobo e amigos como Djila, Nancy Vieira, Zeca di Nha Reinalda, Dino d’Santiago e Jennifer Soledad, foi o ministro da Cultura, Abraão Vicente, que qualificou a noite de “mágica”.
“A Cultura não foi uma escolha por acaso no lema da presidência de Cabo Verde da CPLP”, referiu, pois ela, ajuntou, tem sido “a semente” que une e tem estado “de facto” a concretizar a CPLP, daí a preparação “ao detalhe” toda a programação cultural da Cimeira.
O ministro disse acreditar, por outro lado, que a agenda que Cabo Verde vai apresentar nesse biénio de presidência da CPLP, “do livro à literatura, do artesanato às artes plásticas e às artes dramáticas” irá ajudar a concretizar, não só a mobilidade, como também o “carácter e a identidade” da CPLP.
“O espectáculo foi aberto ao público com a presença dos chefes de Estado que já se encontravam no país e respectivas delegações porque queremos concretizar a comunidade de povos e de pessoas”, justificou, embora o facto de nem todos os chefes de Estado se encontrarem ainda no país para a Cimeira.
“Mas esteve o Presidente de Portugal que com certeza espelhará a palavra da noite mágica que foi o dia de hoje”, concluiu o ministro da Cultura.
Na tarde de hoje, principia a XII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), num dos hotéis da cidade turística de Santa Maria, na ilha do Sal.
É a segunda vez que Cabo Verde acolhe a reunião de Chefes de Estado e de Governo da CPLP. A primeira ocorreu, na Cidade da Praia, nos dias 16 e 17 de Julho de 1998.
Para além dos membros, a organização tem como observadores associados países como a Geórgia, a Hungria, o Japão, a República Checa, a República Eslovaca, a República das Maurícias, a República da Namíbia, a República do Senegal, a República da Turquia e o Uruguai.
A CPLP foi criada a 17 e Julho de 1996, em Lisboa, por sete Estados: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. Em 2002, com a independência, Timor-Leste tornou-se oitavo Estado-membro. Em 2014, a Guiné Equatorial foi admitida como membro da organização, durante a Cimeira realizada na capital timorense, Díli.
A organização definiu como objectivos gerais a concertação político-diplomática entre os seus Estados-membros, nomeadamente para o reforço da sua presença no cenário internacional, tendo também como um dos seus objectivos a promoção e difusão da língua portuguesa.
A área do globo terrestre ocupada pelos nove Estados-membros da CPLP corresponde a 10.742 000 quilómetros quadrados de terras, o correspondente a 7,2 por cento (%) da terra do planeta (148.939 063 quilómetros quadrados), espalhados por quatro continentes: Europa, América, África e Ásia.
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