O presidente do Partido Popular (PP), Amândio Vicente, acusou, hoje, o Governo de “falta de coerência política” no cumprimento das suas promessas eleitorais e na resolução dos problemas que ainda preocupam os cabo-verdianos.
Amândio Barbosa Vicente fez estas acusações hoje em conferência de imprensa, realizada na cidade da Praia, tendo na ocasião afirmando que a governação do Movimento para a Democracia (MpD), tem-se revelado como um “fracasso total”.
Para este responsável, Cabo Verde está emergido num mar de problemas cujas soluções foram apresentadas pelo primeiro-ministro aquando da campanha eleitoral de 2016 que prometeu ser a “solução para o país e para os cabo-verdianos”, caso fosse eleito.
Entretanto, na sua intervenção, o líder do PP afirmou, que não existe coerência nos discursos e nas acções do Governo, no que concerne à implementação de medidas eficientes capazes de resolver os problemas que afectam os TACV, apontando o cancelamento de voos nos últimos dias como “grave e inaceitável”.
“Enquanto candidato a primeiro-ministro o Sr. Ulisses afirmou que, caso fosse eleito, não injectaria nenhum dinheiro do Estado nos TACV, pois, foi eleito e de 2016 a esta parte já gastou cerca de 2,2 milhões de contos nos TACV, que é uma empresa com um activo de apenas 600 mil contos, um valor insuficiente para a sua privatização”, frisou.
Abordando a questão do contrato com a Binter e a Icelandair que, no seu entender, foram feitos nos segredos dos deuses, considerou, têm-se revelado “ineficazes” para responder às necessidades dos cabo-verdianos, afirmando que este negócio é uma “vergonha nacional”.
No que concerne à actual situação da Polícia Nacional após a realização da greve, o presidente do PP critica o Governo por “incoerência” e de estar a contribuir para o aparecimento de mais problemas em Cabo Verde, punindo os agentes que participaram na greve e faltando com as promessas.
“O primeiro-ministro prometeu ajustamento salarial, horário de trabalho e outras condições. Falou da motivação dos agentes policiais, mas não fez nada senão criando mais problemas para a classe e para a segurança pública porque mais grave que a greve normal é a greve de zelo”, disse, apelando à Polícia Nacional que” continue alinhada” com a SINAPOL na luta por melhores condições de trabalho.
Quanto à assinatura do acordo SOFA entre Cabo Verde e Estados Unidos de América, Amândio Vicente defende que existem aspectos no protocolo que deveriam ser discutidos pelos governantes e o próprio Presidente da República, asseverando, neste sentido, que o actual Executivo é um governo sem planeamento.
“Tinha que haver mais debates, os cabo-verdianos tinham que ser envolvidos neste assunto porque é questão que diz respeito a todos nós”, concluiu.
Inforpress