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Moçambique: Seguradoras estão muito relutantes em apoiar investimentos

O director de operações da Agência Africana de Seguros Comerciais em África (ATI) disse à Lusa que as instituições financeiras que fizeram seguros sobre os empréstimos a empresas públicas de Moçambique estão “muito relutantes” em voltar ao país.

“Quando os seguradores dos empréstimos são obrigados a suportar as perdas dos seus clientes ou enfrentam um grande problema, ficam muito relutantes em voltar a assumir mais riscos nesse país e esse é o problema de Moçambique”, disse John Lentaigne, que gere as operações da agência multilateral africana encarregue de fazer seguros sobre os investimentos em África, em entrevista à Lusa.

Questionado sobre a percepção do mercado relativamente aos dois maiores países lusófonos em África, o director de operações da ATI disse que “a falta de seguros de investimento resulta directamente do escândalo da dívida oculta”, mas salientou que para os investimentos no sector do gás, os parâmetros são diferentes, porque este sector segurador “vai olhar para lá do país e concentrar-se nas empresas, até porque as autoridades moçambicanas seriam doidas em matar a galinha dos ovos de ouro”, disse, referindo-se ao sector do gás.

Em Angola, “o problema é o mesmo, mas por razões diferentes”, explicou o gestor na entrevista à Lusa, na qual vincou que “tradicionalmente o país sempre foi um dos mais expostos a seguros por parte dos investidores”.

A diferença com o panorama actual é que “a capacidade de fazer seguros sobre os investimentos não está baseada no tamanho da economia, mas sim no ‘rating’ que é concedido, por isso os investidores vão alocar muito pouco dinheiro para os seguros”.

A consequência, concluiu, é que “Angola vai receber sensivelmente o mesmo nível de investimento que o Benim, porque está no no ‘rating’ B, mas tem uma economia muito maior”.

A Agência Africana de Seguros Comerciais em África (ATI, na sigla em inglês) é uma instituição multilateral detida por 14 governos africanos e por bancos institucionais, com o objetivo de fazer seguros contra os riscos de investimento em África, diminuindo a perceção de risco e aumentando os montantes investidos.

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