O Ministro Luís Filipe Tavares revolucionou, na semana passada, os conceitos de Diplomacia e de História ao dizer que Cabo Verde e os EUA têm mais de 200 anos de “relações diplomáticas”. A revelação deixou muita gente de queixo no chão, quando é sabido que a nossa jovem República completa, esta quinta-feira, 43 anos de existência, e os EUA 242 anos que se livraram da dominação inglesa. Ora, não sendo Cabo Verde um Estado independente configura-se complicado, para não dizer impossível, que uma colónia (Cabo Verde) tenha relações de Estado com um país independente (EUA). Sabendo disso, os meninos lá em casa e nas escolas andam a perguntar onde é que o Tavares “desencova” as coisas que passa a vida a mandar da boca para fora, sempre, segundo ele, com “muito sentido de responsabilidade” e “muito sentido de Estado”.
“Upgrade”
O impacto do já célebre e famoso discurso do nosso MNE sobre os 200 anos de “relações diplomáticas” entre Cabo Verde e os EUA teve um efeito tal, no Palácio das Comunidades, que já há diplomatas a correrem, aflitos, para actualizarem os seus conhecimentos de Diplomacia e de História, à luz da grande revelação do seu Chefe, LFT. ZIG ignora, por ora, o impacto do mesmo discurso nos meios castrenses da nossa República. Para todos os efeitos, os militares já estão acostumados com o facto de as nossas FA serem anteriores à Independência Nacional, à semelhança da Polícia, que também já leva quase 150 anos de existência. Estas confusões teriam um dia as suas consequências.
