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Política

CPLP/Cimeira: Antigo secretário-executivo espera avanços sobre economia e mobilidade

O antigo secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) Domingos Simões Pereira espera que a próxima cimeira da organização trate os temas económicos e a circulação dos cidadãos lusófonos, saudando Cabo Verde por “revisitar” as questões da língua.

“Espero que a cimeira do Sal traga novos desafios para a organização. No passado recente já se tentou introduzir os temas económicos e os desafios de uma maior circulação de pessoas e bens no espaço comunitário”, considerou o antigo responsável da CPLP, falando à Lusa a propósito da XII conferência de chefes de Estado e de Governo da comunidade, que decorre na terça e na quarta-feira em Santa Maria, ilha do Sal, Cabo Verde.

Domingos Simões Pereira, que chefiou o secretariado-executivo da CPLP entre 2008 e 2012, salientou que a organização “depende daquilo que os Estados queiram delegar como intervenção” da comunidade.

O também antigo primeiro-ministro guineense e líder do PAIGC comentou que gostaria de ver resolvida a questão da mobilidade dos cidadãos lusófonos, mas, alertou, a CPLP “não vai poder resolver se os Estados não cederem à organização essa competência e oportunidade”.

“Espero que a questão económica possa ser tratada”, referiu ainda.

A facilitação da circulação dos cidadãos lusófonos é uma medida que tem sido defendida há muito no seio da CPLP, em particular por Portugal e Cabo Verde.

Na próxima conferência de chefes de Estado e de Governo, deverá ser aprovada uma resolução que incentive os países a aprofundar a mobilidade, mas Cabo Verde já assumiu o compromisso de procurar avançar nesta área, durante a presidência temporária da CPLP, que assegurará a partir da cimeira.

Cabo Verde também quer incentivar a cooperação económica e empresarial.

Simões Pereira saudou ainda o facto de Cabo Verde querer “voltar ao ponto de partida, revisitando as questões que têm a ver com a língua”.

Cabo Verde, sublinhou, “está muito bem posicionado para aportar um contributo extraordinário à organização”.

O antigo responsável considerou que “há muitos assuntos que noutros Estados-membros ainda são temas de difícil abordagem e que Cabo Verde tem uma relativa facilidade em tratar”, apontando como exemplos “uma certa pacificação na relação entre a sociedade civil e as instituições públicas” ou “políticas públicas que em Cabo Verde são bastante mais pacíficas, como as questões dos direitos humanos ou liberdade de expressão”.

Domingos Simões Pereira expressou a sua satisfação por a CPLP, que celebra 22 anos, “continuar viva e a justificar a sua existência”.

Durante a XII conferência de chefes de Estado e de Governo da CPLP, com o lema “Cultura, Pessoas e Oceanos”, Cabo Verde vai assumir o exercício da presidência desta organização, durante o período de dois anos.

Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os Estados-membros da CPLP.

Lusa

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