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Política

“A Independência não foi uma dádiva nem doação” – líder do PAICV

O maior partido da oposição, PAICV, representado pela sua líder, Janira Hoppfer Almada, no seu discurso alusivo ao 5 de julho, Dia da Independência de Cabo Verde, começou por relembrar e homenagear os combatentes da liberdade da Pátria e destacar os seus relevantes contributos na construção da nação cabo-verdiana.

Para a líder deste partido, “após 5 de julho, a independência nacional consegue-se todos os dias”, o que pressupõe, naturalmente, novos e constantes desafios de tal maneira que “todos os dias somos obrigados a reafirmar a nossa independência”, sublinhou.

Janira Hoppfer Almada, durante o seu discurso, foi dissertando sobre os desafios ao nível de diferentes sectores que, aos olhos do seu partido, tem estado a abalar a nação cabo-verdiana.

Pontos fulcrais apontados foram a questão da falta de transportes, marítimo e aéreo, para as evacuações de doentes entre ilhas, destacando, sobretudo, a perda de vidas humanas como a mais trágica consequência.

Nesse sentido, exortou ao Governo que tenha mais respeito pelos direitos humanos e que procure soluções rápidas e eficazes ao invés da tentativa de “desculpabilizar-se”.

A segurança pública foi também abordada. Para a líder dos “tambarinas” a questão da insegurança pública é
“preocupante”.

Face à onda da criminalidade que vem assolando o país, de diversas formas, assaltos, tráfico de droga, assassinatos cada vez mais bárbaros e, ultimamente, o desaparecimento de pessoas, merecem uma especial atenção por parte do Governo do MPD, pois, segundo entende, um Estado de direito democrático deve garantir que o seu povo esteja seguro.

A líder do PAICV reiterou ainda que a afirmação da independência deve ser constante, combatendo a censura e defendendo a liberdade.

O então “fracasso” do plano de mitigação da seca desenvolvido e implementado pelo governo do MPD, foi mais um ponto abordado por Janira Hopffer Almada.

Problemas de falta de água, gado a morrer de fome, agricultores e criadores de gado desanimados, foi o cenário descrito pela líder do maior partido da oposição, que apela ao governo que tenha “mais consideração” pelo povo destas ilhas.

Janira Hoppfer Almada exigiu que o governo cumpra com os seus deveres constitucionais, “esclarecendo à oposição todas as operações de negócios feitos”, nomeadamente, a questão das negociações da privatização da companhia aérea TACV.

Face à recente polémica da intenção de deslocamento da estátua do memorial de Amílcar Cabral para a rotunda do Homem de Pedra, para ceder o espaço à construção da embaixada dos EUA, em Cabo Verde, a líder do PAICV mandou o governo “cuidar da dimensão simbólica” e conferir a devida meritória dos combatentes da liberdade da Pátria.

Segundo Janira Almada, esta questão “não é matéria de exclusividade nem do governo, nem da Câmara Municipal” alertando para que o assunto seja tratado por todos os órgãos do Estado, visto que “é um património de todos os cabo-verdianos”.

A líder do PAICV encerrou o seu discurso no Parlamento solicitando que se valorize todo o percurso de Cabo Verde, durante estes 43 anos após a independência.

 

 

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