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Sociedade

Santa Catarina: Empresário abre Centro Ecológico a pensar em turistas e estudantes

O empresário José Maria Sanches, “Preta”, abriu um Centro Ecológico, com múltiplas valências, em Nhagar, concelho de Santa Catarina (no interior de Santiago). O empreendimento já é um atractivo para os turistas e amantes do turismo rural e ecológico.

“Quinta Agro-pecuário de Nhagar” é um projecto ecológico desenvolvido por José Maria Sanches, conhecido popularmente por “Preta de Somada”.

Em conversa com o A NAÇÃO, o mesmo adianta que, apesar do espaço ainda não estar aberto oficialmente ao público, uma vez que ainda se está na fase de montagem, o projecto está a despertar a curiosidade de turistas, pessoas amigas e população que querem conhecer o espaço.

“Estamos satisfeitos com o número de visitantes ‘curiosos’ que recebemos diariamente. Alguns ficam fascinados por encontrar aqui um espaço calmo, onde podem sentar-se à sombra de árvores e respirar ar puro, em pleno centro urbano. Os visitantes perguntam, logo, quando é que a parte de restauração vai começar a funcionar. Isso demonstra que as pessoas estão a precisar de espaços destes, mesmo aqui em Santa Catarina”.

No Centro Ecológico, para além de variedades de árvores de fruto, nomeadamente mangueira, laranjeira, pode-se encontrar também limoeiros e cafeeiros. No espaço faz-se também o cultivo de morango em garrafas de plástico e diversos tipos de chá natural. Há também um espaço reservado para a implementação de uma horta familiar urbana, cuja finalidade é abastecer o restaurante quando este começar a funcionar. O centro possui ainda um espaço para criação de aves, designadamente, galinha, pato e peru. “Preta” assegura que os produtos do centro são todos saudáveis, uma vez que não utiliza pesticidas e nem fertilizantes.

Escolas no centro da atenção

“Preta” avança que, além de turistas, o projecto foi feito a pensar também no público infantil e juvenil, através do envolvimento de jardins infantis e escolas. “Queremos que as crianças do ensino básico e estudantes do secundário e universitários aprendam a fazer reciclagens e a criar os seus próprios jardins e hortas quer em suas casas, quer nas escolas. Temos aqui uma pessoa disponível para ensinar as pessoas a fazer reciclagem, embelezando as suas casas e, ao mesmo tempo , produzir alimentos sem gastar muita água. E já estamos a trabalhar neste sentido”, garante.

Quintal da Boa Vista

O “Quintal da Boa Vista” é um espaço no centro ecológico onde os visitantes podem desfrutar de pratos tradicionais de Cabo Verde, à base de produtos cultivados localmente. Ali os visitantes podem também usufruir de um chá natural produzidos por plantas frescas cultivadas no centro, designadamente gengibre, manjericão, hortelão, chali, pinhão etc.

“Preta” explica que o nome “Quintal da Boa Vista” é homenagem a um grupo de amigos da ilha da Boa Vista que se reunia no local para fazer as suas tocatinas e diversões no quintal antes da sua remodelação. “Desde a primeira hora estes incentivaram-me a criar este espaço”.

Quando concluído, diz o nosso entrevistado, os visitantes de Centro Ecológico poderão encontrar no espaço paz e sossego para o relaxamento depois de um dia ou semana de trabalho. “O espaço está disponível para realizações de festas de grupos, designadamente baptizados, casamentos, aniversários, almoços e jantares de trabalho etc.”, adianta.

Horta urbana na forja

Homem de espírito inquieto e empreendedor, “Preta” diz que um outro grande projecto seu é, associado ao centro agro-pecuário, montar uma horta urbana no espaço de Nhagar. “Esta horta urbana dará às pessoas confiança, em termos de alimentos que estão a consumir. Elas terão a oportunidade de produzir os seus próprios alimentos com pouca água e numa área pequena”.

A montagem da horta urbana, segundo o nosso entrevistado, está a ser trabalhada em parceria com o projecto “Noocity”, de um grupo de jovens portugueses, que já possuem uma vasta experiência nesta matéria e com vários casos de sucessos em Portugal.

“Trata-se de um espécie de cultivo em que se aplica um sistema de sub-irrigação onde se utiliza água de 15 em 15 dias, e consegue-se uma produção três vezes mais do que uma horta tradicional. Portanto, é um sistema em que se gasta pouca água e produz muito”, afirma.

SM

Texto original publicado na edição 559 do Jornal A Nação impresso.

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