A Associação dos Armadores de Pesca de Cabo Verde (Apesc) espera que o país saia com “condições financeiras rentáveis” do próximo acordo de pesca com a União Europeia, e que o mesmo não seja “um acordo possível”.
“Que a classe dos armadores de pesca semi-industrial, industrial e artesanal de Cabo Verde tenha de facto algo a retirar desse novo acordo”, lançou hoje à Inforpress, no Mindelo, o presidente cessante da Apesc, João de Deus Lima Júnior, que lembrou que o novo documento, a ser firmado e aprovado ainda no decurso deste ano, entra em vigor em 2019.
Segundo João Lima, a associação que dirige tem chamado a atenção para que Cabo Verde tenha condições para negociar com a UE, por exemplo, a cota de pesca de espécies como o tubarão espadarte, para que os armadores nacionais tenham também condições para exportar.
O acordo a assinar no fim do ano deve ainda, segundo a mesma fonte, consagrar rubricas para salvaguardar o desenvolvimento técnico e financeiro do sector em Cabo Verde, de modo a que, precisou, o país possa ter capacidade financeira de gerir as suas embarcações e até efectuar uma remodelação da frota e criar uma “economia marítima forte” em que a pesca seja o “ponto fulcral” para o desenvolvimento do sector.
Recentemente, a este propósito, o ministro da Economia Marítima, José Gonçalves, afirmou que Cabo Verde quer que o próximo acordo de pesca com a União Europeia (UE) contemple “mais aspectos”, para além da apanha do peixe.
“Desta vez queremos negociar algo abrangente, ou seja, não só as pescas. Hoje as pescas estão muito intimamente ligadas à economia azul, à segurança marítima e às várias outras vertentes e nós queremos, de facto, que o acordo que venhamos a desenvolver, cujo epicentro será o acordo das pescas, tenha outras vertentes contempladas”, argumentou o governante.
O actual acordo de pesca termina no final do corrente ano, devendo o novo entrar em vigor em 2019.
Inforpress
São Vicente: Associação dos Armadores de Pesca quer acordo com UE que vá “além do acordo possível”
Por
Publicado em