O sociólogo César Monteiro, sócio-fundador da Sociedade Cabo-verdiana de Música, vai lançar a sua quinta obra literária, a reedição de “Manel d’Novas, Música, Vida, Caboverdianidade” ainda em 2018, 15 anos após o lançamento da primeira edição.
Investigador na área da música sociológica, com quatro obras já publicadas, sendo duas sobre a emigração e outras tantas sobre a música, a reedição de “Manel d’Novas” vai ser um livro muito diferente, mais polémico, mais dinâmico, da edição primeira, dado ao melhor conhecimento deste “grande compositor”, o que por si só impõe maior grau de exigência.
Doutorado em sociologia, César Monteiro diz que o livro trará algumas pautas e análises aprofundadas da evolução de Manel d´Novas, enquanto cancioneiro e que se destacou “pelo seu contributo valioso” como compositor.
César Monteiro revela ainda ter já planeado uma colectânea dos ensaios publicados e a publicar na sua coluna em um dos jornais, “Retrato do Quotidiano”, fruto de um conteúdo que extravasa a música, de forma a preservar a memória dos compositores que deram um “contributo valioso para a cultura cabo-verdiana”.
Enaltece, por outro lado, a “dinâmica interessante” que a Sociedade Cabo-verdiana de Música (SCM) “tem estado a fazer em protecção dos direitos do autor, numa altura em que a circunstância está criada, em defesa dos criadores e da música para poder ser ouvida e vendida em qualquer parte do mundo, enquanto um produto turístico.
“Felizmente temos grandes compositores, grandes criadores e grandes intérpretes”, elucida, reafirmando que “Cabo Verde é fundamentalmente um país de músicos”, pelo que, atesta, requer a maior segurança e estima pelos criadores.
Para César Monteiro, o padrão tradicional da morna, que data da primeira metade do século XIX tinha sido definido por Eugénio Tavares herdado por B.Leza, apontadas como duas figuras de renome deste género da música tradicional cabo-verdiana, e continuado por grandes compositores como Manuel d’Novas e Betú “sem profundas alterações estruturais”.
Este investigador é de opinião que na perspectiva da produção verifica-se particularmente um interesse evidente de jovens compositores intérpretes, sobretudo pela música tradicional cabo-verdiana nos últimos dez anos, a julgar pelos números de obras discográficas editados.
Neste capítulo, enumera os trabalhos lançados nos últimos tempos por Cremilda Medina e Lucibela afora tantos outros compositores e intérpretes como Tcheka.
Ainda assim, alerta para a necessidade de um maior incentivo do Estado e da sociedade civil, para que os jovens produzam mais música tradicional e para que os emissores se sintam interessados.
C/Inforpress
Sociólogo César Monteiro reedita “Manel d’Novas”
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