Os estudos de viabilidade da criação de uma Zona Económica Especial na ilha cabo-verdiana de São Vicente, apoiada pela cooperação chinesa, deverão estar concluídos até ao final do ano, disse hoje fonte diplomática chinesa.
De acordo com o encarregado de Negócios da Embaixada da China em Cabo Verde, Wang Feng, a equipa chinesa que esteve em São Vicente a estudar as perspetivas de criação da Zona Económica Especial em São Vicente já concluiu os trabalhos.
“Este mês um grupo de especialistas cabo-verdianos vai deslocar-se à China para formação com o grupo chinês e esperamos que o estudo possa estar concluído até ao final do ano, para se saber se há condições suficientes” para a criação da Zona Económica Especial, disse Wang Feng.
O encarregado de Negócios da China em Cabo Verde falava aos jornalistas, na cidade da Praia, no âmbito de um dia aberto à comunicação social das empresas e instituições chinesas em Cabo Verde.
A iniciativa, promovida pela Associação de Empresas e Instituições Chinesas em Cabo Verde em parceria com a representação diplomática, pretendeu mostrar “o esforço que as diversas empresas e instituições chinesas têm feito na realização de projetos financiados pelo Governo chinês”.
No encontro, que decorreu no estaleiro do novo ‘campus’ da Universidade de Cabo Verde, um projeto de 60 milhões de dólares (cerca de 51 milhões de euros) financiado pela cooperação chinesa, estiveram representadas oito empresas e duas instituições dos setores da cultura, medicina, comunicações e construção civil.
A construção do ‘campus’ da universidade é atualmente o maior investimento público chinês em Cabo Verde, onde está a ser construído também o empreendimento turístico do ilhéu da Gamboa, um investimento privado estimado em 250 milhões de euros e cuja construção está a cargo de uma empresa estatal chinesa.
O empreendimento turístico da praia da Gamboa e ilhéu de Santa Maria vai ocupar uma área de aproximadamente 153 mil metros quadrados e inclui, além de um empreendimento turístico de luxo, um casino.
Em termos de projetos futuros, Wang Feng adiantou que está atualmente em Cabo Verde uma missão de especialistas chineses, a convite do Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), para estudar o apoio da cooperação chinesa no setor agrícola.
Em agosto, deverá arrancar um projeto para melhorar rede de acesso à Internet na ilha da Santiago, num investimento de cerca de 5 milhões de dólares (cerca de 4 milhões de euros) financiados pela China.
A China, através da empresa de telecomunicações Huawei, tem também em curso em Cabo Verde um projeto de instalação de videovigilância nas principais cidades do país, num investimento previsto de 20 milhões de dólares (cerca de 18 milhões de euros).
Cabo Verde conta ainda com o apoio da China na área da saúde com uma equipa de médicos chineses residentes na ilha de Santiago e especialistas em áreas como a obstetrícia e fisioterapia.
Em 2015, foi instalada em Cabo Verde uma delegação do Instituto Confúcio para a promoção da língua e cultura chinesa no país.
Além dos projetos da cooperação chinesa, Wang Feng adiantou que um número crescente de empresários privados chineses está a instalar-se em Cabo Verde.
“O grupo dos comerciantes e investidores privados na área do turismo está a aumentar”, disse Wang Feng.
O responsável da embaixada disse não saber o número exato de chineses residentes em Cabo Verde, nem o volume de investimentos feitos pela cooperação chinesa ao longo de mais de 40 anos de relações diplomáticas entre os dois países.
As relações diplomáticas e de cooperação entre a China e Cabo Verde remontam a 1976, tendo as obras mais emblemáticas do país, nomeadamente a Assembleia Nacional, Estádio Nacional ou Palácio do Governo sido financiadas pela China.
Lusa
Estudos sobre Zona Económica Especial de São Vicente concluídos até final do ano
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