O Governo tem “falhado” na implementação do programa de mitigação do mau ano agrícola, dando prioridades às viagens e deslocações dos governantes, defendeu hoje o presidente do Partido Popular (PP), Amândio Vicente.
Segundo Amândio Vicente, o Executivo gasta em viagens e deslocações cerca de 600 mil contos por ano, “definido no Orçamento de Estado”, quando esse dinheiro devia ser canalizado na luta para o combate à seca e mitigação do mau agrícola.
O líder do PP fez essas contatações em conferência de imprensa, este domingo, na cidade da Praia, ao fazer o balanço da reunião quinzenal do partido, após visitas aos municípios de Santa Cruz e São Lourenço dos Órgãos.
O presidente dos Populares considerou “falso” o anuncio do Governo de que já foram criados mais de 20 mil postos de trabalho para pessoas afectadas pela seca, uma vez que, segundo constatou, a população tem reclamado da falta de emprego nos municípios visitados.
Por isso, Amândio Vicente questionou o facto do Governo garantir ter gastado, de Outubro de 2017 a Junho de 2018 , cinco milhões euros no programa de mitigação do mau ano agricola.
“Para nós, isso é mais um indicador do falhanço do programa de luta contra a seca, porque se foi disponibilizado 10 milhões euros, esse montante devia ser gastado, na sua totalidade, no combate ao mau ano agrícola e no salvamento de gados”, notou.
Indagou igualmente como é possível conseguir o salvamento de 150 cabeças de gados, quando um agricultor recebe um cheque de 300 escudos para comprar um saco de ração no valor de 1500 escudos.
“Nada mais falso. Mais uma falsidade dentro do programa”, sublinhou Amândio Vicente, perguntando de que forma os 20 mil postos de trabalho criados pelo Governo conseguiram atingir 200 mil pessoas.
E sobre o facto da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) colocar Cabo Verde na lista de países em situação de emergência alimentar, o PP defende que essa situação aconteceu porque os agricultores estão sem dinheiro para comprar comidas.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) disponibilizou a Cabo Verde 500 mil dólares para ajudar na mitigação dos efeitos da seca e do mau ano agrícola.
