A líder do maior partido da oposição disse hoje esperar que, durante a presidência cabo-verdiana da comunidade lusófona (CPLP), seja possível garantir “pelo menos” mobilidade facilitada para alguns segmentos da população.
“A nossa melhor expectativa é que, durante esta presidência de Cabo Verde, se não for possível garantir a mobilidade plena, que se garantam pelo menos facilidades para os fazedores de cultura, investigadores e académicos, desportistas e, mesmo para as pessoas, na perspetiva do mercado de trabalho”, sustentou Janira Hopffer Almada.
A presidente do PAICV, que falava, em conferência de imprensa, na cidade da Praia, lamentou, neste contexto, que a oposição não tenha sido ouvida no âmbito da preparação da cimeira de chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), agendada para julho, na ilha do Sal e que marca o arranque da presidência cabo-verdiana da organização.
“Uma cimeira desta envergadura, com esta dimensão e grandiosidade, deveria mobilizar toda a nação e realizar-se num quadro de consensos e entendimentos. Estranhamos o PAICV, maior partido da oposição, não ter sido sequer ouvido”, apontou.
Janira Hopffer Almada classificou como “grave” o facto de o partido não ter sido auscultado e considerou que tal atitude, por parte do Governo, “demonstra uma perspetiva de não envolvimento de todos numa questão de Estado”.
A presidente do PAICV, considerou, por outro lado, que o mais importante é que “os interesses de Cabo Verde sejam salvaguardados” e manifestou concordância com a agenda política da cimeira, que terá como lema “Pessoas, cultura e oceanos”.
“As temáticas estão bem escolhidas. A economia marítima, a cultura e a mobilidade são questões fundamentais para a agenda estratégica do país. Merecem o nosso acordo e esperamos que, com a cimeira, possamos dar os passos para o momento de viragem do qual se vem falando há muitos anos”, disse.
Para Janira Hopffer Almada, se Cabo Verde “fizer o trabalho de casa” tem “condições para liderar uma agenda ousada para a CPLP durante a sua presidência”.
“Estamos a falar de um mercado forte que envolve cerca de 260 milhões de habitantes e, portanto, há todo um potencial económico robusto, mas que tem de ser aproveitado por todos. Tem de se refletir positivamente na vida de todos os membros da comunidade”, sustentou.
Cabo Verde acolhe, a 17 e 18 de julho, na ilha do Sal, a XII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, para a qual está já confirmada a presença dos chefes de Estado dos nove países.
As autoridades cabo-verdianas pretendem que o encontro consiga avanços em matéria de mobilidade e livre circulação de pessoas e bens e manifestaram a intenção de apresentar um projeto de declaração/resolução sobre mobilidade, que prevê para cada país o nível de mobilidade que melhor se adeque à sua realidade.
O objetivo é conseguir um consenso que permita avanços nesta matéria.
No âmbito da preparação da cimeira, encontra-se hoje e quarta-feira em Cabo Verde a secretária executiva da CPLP, Maria do Carmo Silveira.
Lusa
PAICV quer “pelo menos” mobilidade facilitada na CPLP
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