José Augusto Fernandes
Estruturalmente é um grande hotel hospitalar, com quartos abundantes para os internados e muito bem organizados; apartamentos farmacêuticos abundantes; cozinha e refeitório muito bem organizados e com excelentes cozinheiras que fazem alimentos saudosos e apetitosos, para além de boa organização e higiene.
A nível de enfermaria, há também atendimentos excelentes: muito humano e carinhoso, como se fossem pais dos doentes. Reuniões todos os dias pelos dirigentes locais a fim de tomarem conhecimentos das relações diárias entre doentes e atendedores.
A alimentação, tanto o café, como o almoço e o jantar, incluindo lanches sempre nas horas certas e repouso todos os dias depois do almoço, até às 15 horas. Às 10 e às 16 horas há, também, sempre lanches para o relaxamento dos doentes.
Os médicos também responsáveis para dar assistências aos doentes, mantêm-se sempre atentos em relação ao bom tratamento dos pacientes. A Dra. Paula é uma delas.
Casas de banho bem estruturadas e sempre limpas. Em todas as horas por onde circulam os doentes, são assistidos pelas empregadas de limpeza.
Sem falar, ainda ,do excelente parque de lazer, onde tira todos os doentes do estresse da cabeça, além de medicamentos distribuídos em todas as refeições e medição da tensão arterial todos os dias, após tomada do pequeno almoço.
No parque de relaxamento – que é muito grande! -, além de música permanente para animar a mente e o coração dos doentes, pode-se, também, praticar caminhadas, ginásticas e desportos vários.
Também há salas de artistas, com diversos tipos de artes, onde os que gostam e têm tendência para artes, ocupam os seus tempos livres defoma sadia.
O Hospital da Trindade está na mente de muita gente, pois, não se trata de um estabelecimento, exclusivamente, para tóxico-dependentes de drogas, álcool e doentes mentais.
Em relação aos outros hospitais que não possuem espaços físicos e medicinais como ele, para mim, trata-se de um paraíso para tudo e todos, para tratamento de qualquer doença.
Portanto, parabéns para quem inventou este hospital e… que Deus o abençoe!
Em Trindade também existem conflitos verbais por parte dos doentes com tendências agressivas…por causa da doença mental. Muito embora, não é só por motivos de doenças mentais que um indivíduo se torna agressivo. Há também pessoas que, naturalmente, são agressivas. Contudo, as pessoas que são naturalmente agressivas são aquelas que não conhecem ou não respeitam o seguinte provérbio: “Quem vai à guerra, dá e leva”.
Quer isto dizer que quem ama os seus olhos, não fura os olhos de outras pessoas. Quem ama a sua família, sente-se, também, obrigado a respeitar e amar as famílias dos outros.
Não é por acaso, também, que se diz que, “neste mundo é preciso amar e ser amado; respeitar e ser respeitado”.
Aproveito esta oportunidade, tendo em conta que sou fundador e presidente da associação denominada Organização de Apoio aos Estrangeiros em Cabo Verde (OAECV). Embora não sou estrangeiro. Sou natural de São Domingos, Ribeirão de Cal. Nasci “Riba Rotcha”, no meio de “pomba brabo, corbo e galinha de mato”.
Segundo diz a nossa cantora Mayra Andrade, na sua música “Téra Lonji”, “ami é fidju di rótxa ki béntu-lésti fulia na mar; déntu mi tén dês ília, Kabu-Verdi, kabu-verdi”.
Apesar de sermos um país de emigração, Cabo Verde, a partir da década de 90, recebeu grande fluxo de imigrantes da costa ocidental africana.
Antes tínhamos alguns bissau-guineenses e uns poucos senegaleses.
Temos que amar e respeitar estes imigrantes, uma vez que Cabo Verde tem uma grande dívida para com a África.
Se não fosse Guiné-Conacri, que deu asilo político e protegeu Amílcar Cabral com segurança, não conseguiríamos a independência da Guiné Bissau e de Cabo Verde, porque os portugueses estavam à procura de Cabral para o eliminar fisicamente, a fim de acabar com o processo de luta para a independência da Guiné e Cabo Verde.
Um forte abraço para todos os cabo-verdianos e que haja vida, saúde e felicidade para nós todos.
jose.f.fernandes@cvt.cv