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Cultura

2ªnoite do festival marcada pela actuação de Richie Campbell: hoje ainda há Gamboinha e Gamboa Jovem

A segunda noite do Festival da Gamboa começou com duas horas de atraso, mas foi feita de muitas emoções. Coube ao conhecido e acarinhado Dino d´Santiago abrir o palco quando passavam poucos minutos das 23h, com o areal da Gamboa já meio composto.
O jovem descendente de cabo-verdianos, com raízes em Santa Catarina de Santiago, no Poilão da Boa Entrada, veio apresentar o seu novo projecto a solo, que está na origem do seu novo disco “Mundo Novo”, que deverá sair no Outono. Um disco mais dançante, onde sobressaem beats electrónicos, mas que tem como base a essência dos ritmos tradicionais, como o funaná.

“Talvez temos um Dino d´Santiago mais electrónico, mas Dino, em si, não. Eu vim desse movimento, desde o hip-hop, dos Soul Family que já é uma tendência electrónica, mas enquanto nesses movimentos nós copiávamos uma fórmula americana, para depois contar-mos as nossas histórias, decidi fazer ao contrário, pego em ritmos que são de Cabo Verde, que são nossos e mostro uma roupagem mais electrónica para que a nossa juventude perceba que já que estamos nessa geração de home studio e que se não tens dinheiro para pagar uma banda, tu podes pegar na essência da tua cultura e transportá-la e fazer com que as pessoas queiram saber o que é um funaná. Mais facilmente vais conseguir chegar de uma forma electrónica a eles, e eles depois vão conhecer a origem, a roots, do que aquilo que eu fiz antes de uma forma mais tradicional”.

Acompanhado do Dj e produtor Paul Seiji, em palco, Dino d´Santiago trouxe alguns temas que darão corpo ao Mundo Novo, entre eles “Nos funaná”, “Nos crença” e a música “Nova Lisboa”, que já está a fazer muito sucesso em Portugal. Dino convidou ainda Bino Branco dos Ferro Gaita, Mito Kaskas e os Rapaz 100 Juiz para subirem ao palco com ele, numa actuação muito acarinhada pelo público.
Os senhores que se seguiram, também são bem conhecidos do público. Cordas do Sol trouxeram os ritmos contagiantes de Santo Antão e uma convidada especial. A mindelense Diva Barros, com a sua voz forte cativou também o areal que cantou com ela alguns sucessos bem conhecidos como “Nha Bijou” e “Mi ê dodu na bo”.

Os Cordas do Sol abriram o palco para aquela que era provavelmente a actuação mais esperada da noite, em termos de expectativas. O português de raízes jamaicanas, Richie Campbell subiu ao palco perto das 2h20 da manhã, para protagonizar o espectáculo da noite. Sobretudo com as jovens adolescentes em delírio, Richie Campbell, agitou literalmente o areal da Gamboa ao som dos ritmos do reggae-pop. O público cantou em uníssono vários sucessos do cantor, mas vibrou ainda mais com a entrada de Plutónio em palco.

 

 

Richie Campbell mostrou-se visivelmente espantado pelo acolhimento frenético do público de Santiago e teve direito a encore. “That´s how we roll”, “Water”, “Do You no Wrong”, “Heaven” ou “Break of a down”, que interpretou sem Nelson Freitas, com quem canta o original em featuring, foram alguns dos sucessos que levaram o público ao delírio. “Muito obrigada. Muito obrigada. Muito obrigada, Praia!”, disse várias vezes o cantor.
Depois do público em delírio, o angolano Landrick, a quem coube o encerramento do festival, tinha tarefa díficil pela frente, já bem depois das quatro da madrugada. Fã da música de Cabo Verde, Landrick viajou pelos ritmos da kizomba e da pop angolana, ao som de alguns dos seus hits, incluindo o tema “Vou ser teu” que divide em featuring com o “irmão” e “amigo” Loony Jonhson.

Organização faz balanço positivo
António “Tober” Silva, vereador da Cultura da CMP, fez um balanço positivo do festival e garante que “correspondeu às expectativas” da autarquia.
“Foi um Gamboa diferente, porque foi gratuito. Mas, o importante é que com toda essa gente, tudo correu muito bem! Gamboa continua a ser uma festa de família”, disse aos jornalistas em jeito de balanço, já no cair do palco desta 26ª edição que homenageou a cidade da Praia.
Orçado em cerca de 16 mil contos, Tober faz questão de destacar que isso só foi possível graças aos “patrocinadores privadas”e que ao contrário do que muitos gostam de falar que a “câmara está a gastar dinheiro em festivais em época de crise”, os festivais também “criam economia”, “movimentam a cidade” e “fazem o dinheiro circular”.
O programa do Gamboa chega hoje ao fim com o Gamboinha, para as crianças, a partir das 15h e o Gamboa Jovem a partir das 19h, com inúmeros artistas locais e ainda com a banda de reggae de cabo-verdianos em Lisboa, Rubera Roots.
GC

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