Silas Leite
…Em jeito de análise, é meu entendimento que a Ilha do Sal, pagou pesada factura ao ter sido considerada “Ilha Periférica”, um conceito inventado para definir as ilhas de Primeira, neste caso, Santiago e S. Vicente e de Segunda, as restantes. Assim sendo, grossa fatia dos recursos era concentrada nas ilhas não-periféricas ou de Primeira e com clara e visível ostentação em detrimento de miseráveis ou quase nulos recursos nas periféricas ou de Segunda.
Ora, porque raios a Ilha do Sal havia de ser tratada como periférica, se por outro lado, detinha e detém as maiores infra-estruturas do país? Então, o Aeroporto Internacional e a cadeia de hotéis, as que mais injetam receitas aos cofres do Estado, não eram e são razões mais que suficientes para melhor tratamento e desligado de conceitos secundaristas?
De entre os serviços da Administração Pública instituídos na Ilha do Sal, o Sector Marítimo terá sido o que mais sofreu na pele, as consequências malignas da situação de “periferia” imposta a esta Ilha do Aeroporto Internacional e do Turismo Balnear.
O próprio Sector Judicial, muito mais bem servido de Instalações próprias, de recursos humanos e equipamentos, teve as suas boas razões de queixa. Atentemos, então, ao excerto de artigo de opinião de 2 Magistrados, publicado no Jornal “A Semana” de 20.4.07 e intitulado “(In)justiça em Cabo Verde” ou de um outro “Sal: um caso particular”, conforme “facsimiles” apensos.