Emmanuel Macron e Donald Trump, abordaram, depois do encontro que ambos mantiveram na Casa Branca esta terça-feira, os muitos assuntos discutidos dentro de portas, da situação na Síria ao acordo nuclear com o Irão, não deixando de parte outra ameaça nuclear, na península coreana.
Menos de duas semanas depois dos ataques com mísseis (em resposta a um alegado ataque químico do regime de Bashar al-Assad na cidade rebelde de Douma) que os Estados Unidos, a França e o Reino Unido desencadearam contra três alvos associados à produção e armazenamento de armas químicas na Síria, Trump afirmou que “amaria” deixar a Síria e trazer os “incríveis militares” americanos de volta a casa. Quando o fará? “Veremos o que acontece. Mas voltaremos a casa brevemente. Vamos concluir o que temos que concluir. Mas já fizemos quase todo o nosso trabalho quanto ao Daesh na Síria. Fizemos um trabalho que mais ninguém podia fazer”, garantiu o presidente norte-americano.
Em relação ao Médio Oriente, e lembrando que os americanos (desde os atentados do 11 de Setembro) já gastaram quase sete biliões de dólares na região, Donald Trump diz-se “embaraçado” com tal despesa militar.
“Quando quero construir a nossa infraestrutura [um muro na fronteira mexicana] todos me dizem que tenho que ter cuidado com o dinheiro. Quando quero melhorar autoestradas, construir escolas e outras coisas — túneis, pontes –, dizem-me que tenho que ter cuidado com o dinheiro. Mas gastámos sete milhões no Médio Oriente e não ganhámos nada com isso”, afirmou.
Coreia do Norte sem nukes não será “vitória”
Ladeado por Emmanuel Macron, Donald Trump descreveu a França como um parceiro na “campanha para pressionar ao máximo” Pyongyang a desnuclearizar-se brevemente. Se conseguirem, tal não vai ser, garantiu o presidente americano, uma vitória. “Vamos encontrar-nos em breve com Kim Jong-un. Vamos procurar um futuro de segurança, paz e harmonia para toda a península coreana. A campanha de pressão máxima vai continuar. Têm que se livrar das armas nucleares. É simples. Se o fizerem não se voltará a falar do assunto. Seria fácil chegar a um acordo e clamar vitória. Não é isso que eu pretendo. Eu só pretendo que se livrem do nuclear”, garantiu Trump.
Antes do encontro com Emmanuel Macron, Trump prometeu afastar-se do acordo nuclear com o Irão no próximo mês caso os negociadores norte-americanos e europeus não reparassem o que considerou “falhas sérias” no documento. Explicando que discorda do homólogo norte-americano, o Presidente francês afirmou estar “esperançoso” quanto à melhoria de acordo que Trump já descreveu como “insano” e “ridículo”. Macron vê o acordo como “insuficiente” e pretende trabalhar noutro. “Durante meses tenho afirmado que o acordo é insuficiente. Mas permitiu-nos, pelo menos até 2025, ter algum controlo sobre as atividades nucleares [iranianas]. Nós, portanto, queremos, a partir de agora, trabalhar noutro acordo com o Irão.”
Trump reagiu a Macron, ainda crítico do acordo, deixando uma ameaça a Teerão: “O acordo tem fundações decadentes. A ‘estrutura’ é péssima, o negócio é mau, está a cair. Nunca devia ter sido feito. Se o Irão for uma ameaça para nós, seja de que forma for, eles vão pagar o preço como outros países já pagaram antes.”
Observador