O presidente da Assembleia Nacional Popular (Parlamento) da Guiné-Bissau, Cipriano Cassamá, pede desculpa ao povo bissau-guineense pela recorrente instabilidade e salientou que no impasse político vivido nos últimos três anos não há “nem vencedores e muito menos vencidos”.
“Volto a pedir do fundo do meu coração que ponhamos a mão na nossa consciência para pedirmos desculpa ao nosso povo pelos períodos recorrentes de instabilidade política, cuja responsabilidade é de todos nós, políticos, e assumirmos aqui solenemente que tudo faremos para que nunca mais aconteçam no nosso país situações como estas que paralisaram as novas vidas e as nossas instituições cerca de três anos”, afirmou Cipriano Cassamá, citado pela Lusa.
O presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau falava na sessão solene de abertura do hemiciclo, que foi possível na sequência de um entendimento entre o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e o Partido de Renovação Social (PRS).
No discurso, Cipriano Cassamá agradeceu à comunidade internacional por “todos os esforços empreendidos” para a saída da crise.
“Vamos enterrar o machado de guerra e erguer bem alto a voz da reconciliação, do companheirismo para que possamos todos caminhar rumo à definitiva estabilização social e política no nosso país”, salientou.
Os deputados guineenses elegeram a nova Direcção da Comissão Nacional de Eleições, discutiram e aprovaram um projeto de lei para prorrogar o seu mandato até Novembro.
A actual legislatura termina a 23 de Abril e as Eleições Legislativas realizam-se a 18 de Novembro.
O hemiciclo do Parlamento da Guiné-Bissau estava encerrado há quase três anos, devido a divergências profundas entre as duas principais bancadas: a do PAIGC e a do PRS.
A reabertura do Parlamento guineense ocorre depois do consenso alcançado entre PAIGC, PRS e Presidente guineense, José Mário Vaz, no sábado, 14, em Lomé, Togo, e que vai culminar com a realização de Eleições Legislativas a 18 de Novembro.
No sábado, durante a cimeira extraordinária dos chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados de África Ocidental (CEDEAO) já tinha sido anunciado que, após a nomeação do novo primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes, o Parlamento seria reaberto a 19 de Abril.
A Guiné-Bissau vive uma crise política desde a demissão, por José Mário Vaz, em Agosto de 2015, do Governo liderado pelo antigo primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, do PAIGC, vencedor das Legislativas de 2014.
Desde as Eleições Legislativas de 2014, a Guiné-Bissau já vai no sétimo primeiro-ministro, que terá como principal objetcivo organizar as Legislativas de Novembro.
Guiné-Bissau: Presidente do Parlamento lamenta recorrente instabilidade
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