O Governo chinês assegurou, esta segunda-feira, 9, que é impossível negociar com os Estados Unidos da América (EUA), para evitar uma guerra commercial, devido à postura de Washington, que ameaça continuar a aumentar as taxas alfandegárias sobre produtos chineses.
“Nas actuais circunstâncias, é impossível empreender negociações comerciais e as fricções são culpa dos EUA”, afirmou Geng Shuang, porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros.
“Os EUA, por um lado, ameaçam com sanções e, por outro, dizem querer negociar, mas não sabemos qual a verdadeira motivação”, afirmou Geng, em conferência de imprensa.
O porta-voz assegurou que a China retaliará as medidas proteccionistas de Washington, garantindo que “o povo chinês cumpre sempre as suas promessas”.
Os EUA divulgaram, na semana passada, uma lista de importações chinesas às quais propõem aplicar taxas alfandegárias, como retaliação pela “transferência forçada de tecnologia e propriedade intelectual norte-americana”.
Em reacção, Pequim ameaçou subir os impostos sobre um conjunto de produtos norte-americanos, que em 2017 valeram 50 mil milhões de dólares (40 mil e 700 milhões de euros) nas importações chinesas.
Trump reagiu, no fim de semana, e ameaçou subir as taxas alfandegárias para produtos chineses num valor adicional de cem mil milhões de dólares (81 mil milhões de euros).
Observadores consideram que as crescentes disputas comerciais entre a China e os EUA podem levar outros países a aumentar as barreiras às importações, abalando o comércio mundial.