Especialistas de 12 países africanos estão no Brasil, onde participam no seminário “Fall Armyworm Tour Study”, promovido pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Embrapa e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
O Brasil pretende ajudar 35 países africanos a lidar com uma praga que atinge diversos tipos de lavoura, em especial as de algodão, milho e soja.
A lagarta-do-cartucho não representa mais grande ameaça à produção brasileira, graças às tecnologias desenvolvidas pelo país.
Com o propósito de conhecer e adaptar esse conhecimento às suas realidades, representantes de 12 países africanos estão em Brasília, onde participam no seminário “Fall Armyworm Tour Study”, promovido pela ABC.
Sete países africanos já estão desenvolvendo em suas plantações as técnicas brasileiras de manejo integrado de pragas, nomeadamente: Togo, Mali, Benin, Chade, Burkina Faso, Malawi e Moçambique.
No âmbito do seminário, os técnicos estrangeiros visitam unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), universidades e institutos que desenvolveram técnicas de combate à lagarta-do-cartucho.
“Não temos medo da lagarta-do-cartucho no Brasil”, disse o chefe da Embrapa Milho e Sorgo, Antônio Álvaro Purcino.
A unidade, localizada no interior de Minas Gerais, será uma das visitadas pelos africanos. Segundo Purcino, essa praga já foi responsável por danos às lavouras brasileiras, causando prejuízos entre 30 por cento (%) e 50% das áreas atingidas. “Há mais de 40 anos estamos trabalhando soluções para lidar com ela, principalmente após a expansão que tivemos na produção de milho”, salient Purcino.
Diante desse cenário, o Brasil acabou desenvolvendo “um cardápio de soluções” que incluem técnicas e tecnologias que fazem uso de produtos transgênicos, inseticidas, inseticidas biológicos, inimigos naturais e manejos de cultura.
Segundo o director da Embrapa, a lagarta encontrou no Brasil um ambiente bastante adequado, principalmente devido à rotação que se faz em algumas áreas produtivas, onde se planta soja no verão e milho no inverno. “Isso favoreceu por criar a chamada ponte-verde. O que sempre disponibilizou comida para essa praga nos campos brasileiros”.
De acordo com o director da ABC, embaixador João Almino, o desafio, agora, será o de “adaptar as técnicas brasileiras à situação local dos países africanos”. Para tanto, contará, também, com a ajuda da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
O seminário termina esta quinta-feira, 29, quando será apresentado um relatório sobre as visitas e o potencial que as técnicas apresentadas têm para serem aplicadas nos países africanos.