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Saúde

Directora Regional da OMS para a África, no Dia Mundial da Tuberculose 2018

Dra. Matshidi, o Moeti*
A 24 de Março de cada ano, a comunidade mundial associa-se ao Dia Mundial da Tuberculose, para reflectir em como melhor vencer a tuberculose, uma antiga doença que pode ser evitada e tratada, mas continua a afectar e a matar muitas pessoas.
O tema deste ano é “Procura-se: Líderes para um mundo sem tuberculose”. Pretende criar um impulso para a primeira reunião de alto nível sobre tuberculose da Assembleia Geral das Nações Unidas em Setembro deste ano, na qual Chefes de Estado, governos e principais parceiros irão tomar decisões no sentido de acabar com a tuberculose através de acções mundiais urgentes para conseguir um mundo sem tuberculose.
Apesar da Região Africana ter progredido muito no controlo da tuberculose, continuamos a ter os níveis mais elevados da doença no mundo, e só metade dos casos existentes de tuberculose são detectados pelos nossos sistemas de saúde. Temos o maior número de pacientes infectados ao mesmo tempo por tuberculose e VIH, e vemos aumentos preocupantes de formas de tuberculose que resistem ao tratamento com medicamentos correntes. Por fim, os governos só contribuem com um quarto dos recursos necessários para prestar serviços de tuberculose adequados, e 40% das necessidades estão por financiar.
Um mundo sem tuberculose só será alcançado com líderes que defendam a nível local os esforços para acabar com a tuberculose. Na “Primeira Conferência Ministerial sobre o Fim da Tuberculose”, realizada em Moscovo em Novembro de 2017, 75 ministros da Região Africana comprometeram-se a acabar com a tuberculose. Os Estados Membros da União Africana finalizaram uma Posição Comum Africana sobre a Tuberculose (CAP-TB) à margem dessa conferência histórica.
Os líderes têm uma enorme capacidade de influência na construção de parcerias sólidas e de compromissos a todos os níveis para acabar com a epidemia de tuberculose. Faço por isso um apelo aos governos, aos parlamentares e aos decisores políticos no sentido de dar impulso a planos ambiciosos para acelerar o controlo da tuberculose a nível nacional.
Faço um apelo aos trabalhadores de saúde, às organizações não governamentais e aos técnicos para que tirem o máximo proveito dos métodos comprovados que diagnosticam e tratam com sucesso todos os tipos de tuberculose, e aos investigadores para que produzam os estudos científicos necessários à informação das políticas que ajudam a melhorar e monitorizar os serviços de tuberculose.
Faço um apelo aos líderes comunitários, aos grupos de defesa dos doentes, e às pessoas afectadas pela tuberculose, para que se associem aos governos para garantir o acesso ao tratamento para todos.
Exorto os governos a expandir o financiamento nacional do controlo da tuberculose e a assumir a responsabilidade dos medicamentos de base e do material de laboratório. Para além disso, os Governos devem promover a cobertura universal com serviços de qualidade comprovada.
Uma vez que a tuberculose se encontra em comunidades onde os direitos e a dignidade humana são muitas vezes desrespeitados, os Governos devem liderar acções para além do sector da saúde, para responder a factores ambientais, económicos e outros, que aumentam o risco de tuberculose.
A implementação destas acções exige uma liderança forte. Queremos líderes para um mundo sem tuberculose.
A OMS na Região Africana e a Comissão da União Africana estão a definir soluções para monitorizar os progressos no sentido de acabar com a epidemia de tuberculose até 2030, conforme determinado nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e na estratégia End TB. Na minha qualidade de Directora Regional para a Região Africana, vou apoiar sem descanço os países a acelerar as acções em direcção a um mundo sem Tuberculose 2018
*Directora Regional da OMS para a África

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