O exército de Myanmar é acusado de cometer assassinos, violações de mulheres e crianças e queimar casas dos rohingya.
O gabinete do procurador-geral da Austrália rejeitou um pedido para acusar de crimes contra a humanidade, a líder de Myanmar, a Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, pela situação da minoria muçulmana rohingya.
Um porta-voz do procurador-geral explicou à agência australiana AAP, que o processo não avança porque “Suu Kyi têm imunidade total, inclusivamente não pode ser notificada com documentos judiciais”.
O mesmo funcionário esclareceu que a lei internacional protege de acções judiciais os chefes de Estado e de governo, assim como os ministros dos Negócios Estrangeiros, sendo que Suu Kyi também é chefe da diplomacia de Myanmar (antiga Birmânia).
Um grupo de advogados australianos, especializados em direito internacional e direitos humanos, apresentou no passado dia 16, na justiça australiana, a acção que, para a sua tramitação, necessitava da aprovação do procurador-geral do país, Christian Porter.
O pedido argumentava que Suu Kyi não utilizou a sua autoridade e poder para prevenir que as forças de segurança birmanesas expulsassem os rohingya das suas casas, no estado de Rakhine.
O exército de Myanmar é acusado de cometer assassinos, violações de mulheres e crianças e queimar casas dos rohingya durante a operação militar de Agosto ultimo, que causou a fuga de mais de 680 mil pessoas.
Antes, em Outubro de 2016, ocorreu outro êxodo de população rohingya, depois de uma operação militar em Rakhine.
A maioria dos refugiados chegaram à localidade do Bangladesh Cox’s Bazar, que acolhe cerca de 900 mil rohingya.
Semana passada, o conselheiro da ONU para a Prevenção do Genocídio afirmou que a informação que tem recebido indica que o governo de Myanmar pretende livrar-se dos muçulmanos rohingya no estado de Rakhine.