Rússia vai a votos neste domingo, 18. São oito candidatos, mas Vladimir Putin – o actual Presidente da República – é cotado como favorito – as pesquisas apontam que ele tem cerca de 70 por cento (%) das intenções de votos. Se acontecer um inesperado segundo turno, ele será em três semanas, no dia 8 de Abril.
Putin caminha para conquistar um novo mandato, que o deixaria no poder até 2024, ao fim de uma campanha sem suspense, em que ele buscou, acima de tudo, garantir uma participação satisfatória em meio a um clima de extrema tensão com o Ocidente.
Como informa a agência AFP, as sanções britânicas em reacção ao alegado envenenamento do ex-agente duplo Serguei Skripal, na Inglaterra, reforçaram a impressão de uma nova Guerra Fria desde o retorno de Putin ao poder, em 2012, com o conflito na Síria, a crise na Ucrânia e a acusação de ingerência na eleição presidencial norte-americana.
Enquanto, em Londres, a primeira-ministra Theresa May classificava como “trágica” a “via” tomada pelo presidente russo, Putin terminava sua campanha, na quarta-feira, 14, com uma visita à Crimeia, península ucraniana que, neste domingo, 18, participará na eleição Presidencial russa, pela primeira vez, desde sua anexação há quatro anos.
Putin, de 65 anos, dos quais 18 como Presidente, ou Primeiro-Ministro, acumula o período mais longo no poder de um dirigente russo desde Estaline.
São 107 milhões de eleitores desse imenso país, com 11 fusos horários.
Na última pesquisa do instituto público VTsIOM, Putin aparece com 69% das intenções de voto. O segundo candidato, Pavel Grudinin (Partido Comunista), teria 7%; e o terceiro, o ultra-nacionalista Vladimir Zhirinovski, cerca de 5%. Os outros cinco candidatos aparecem com um registo pouco significativo.
O grande ausente na eleição Presidencial é o opositor número um do Kremlin, Alexei Navalny, o único que consegue mobilizar milhares de pessoas, mas que está inabilitado a se candidatar, devido a uma condenação judicial. Para ele, trata-se de uma orquestração do governo.
Desde o início da campanha, a imprensa resume o objectivo do Kremlin com a fórmula “70-70”: 70% de participação e 70% de votos para Putin. E, para esse fim, todos os meios são válidos.
