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Ambiente

Fundo do Turismo: Requalificação de Santa Maria vai custar 190 mil contos

O governo vai avançar com a requalificação da praia de Santa Maria. A intervenção inclui o pontão, o calçadão, a praia e um estudo sobre o fenómeno da perda de areal, que se tem vindo a acentuar nos últimos dois anos. Os custos disso tudo estão estimados em 190 mil contos e serão financiados pelo Fundo do Turismo.

Parece estar em vias de se tornar realidade a requalificação global da praia de Santa Maria, uma reivindicação recorrente dos operadores locais, mas que tem ganho mais enfâse recentemente, conforme o descrito pela reportagem do A NAÇÃO, publicada no número anterior deste jornal.

É que a praia mais visitada do país, e que que nos dois últimos anos tem dado alguns sinais de acentuada degradação, com a perda de massa de areia, está a perder beleza, correndo o risco de se transformar numa praia de pedregulhos, em vez de areia branca e águas cristalinas, como é “vendida” lá fora aos turistas.

Agora, segundo informações avançadas pelo director geral do Turismo e Transportes, Francisco Martins, ao A NAÇÃO, o Governo vai avançar com um projecto global de requalificação da praia de Santa Maria dada a situação, que admite ser “preocupante”, em que esta se encontra. Não só em relação à diminuição do areal, mas também ao estado do Pontão de Santa Maria, que desde o furacão Fred, em 2015, nunca mais foi devidamente recuperado. Este é também um dos “ex-libris” turísticos da ilha do Sal.

“O projeto de reabilitação da praia de Santa Maria, inclui o pontão, calçadão, praia e também a realização do tal estudo, no valor de 190 mil contos, nos próximos três  anos”, garantiu.

O estudo a que o A NAÇÃO deu conta, no seu número anterior, irá servir para averiguar o estado da praia e traçar a linha de prevenção e requalificação daqui para a frente. “Vai-se avançar com o estudo, brevemente, para se poder avançar com as medidas necessárias, no imediato”, elucida esse responsável, para alertar ainda que quaisquer medidas de mitigação do problema “carecem de um parecer técnico, que deve ser sustentado de forma a não provocar efeitos perversos ou agressão ambiental”.

Garantir sustentabilidade

Ainda que sem adiantar grandes detalhes sobre o referido estudo, Francisco Martins admite que o mesmo se configura como um “instrumento fundamental” para se perceber o fenómeno que está a delapidar a areia da praia de Santa Maria, e qual a “melhor medida” a ser tomada para reverter a situação e garantir a sustentabilidade ambiental e turística da zona mais frequentada da ilha do Sal.

“A praia de Santa Maria é o ‘ex-libris’ da ilha do Sal no que concerne ao turismo. Está classificada no top 25 a nível mundial, segundo a Trip Advisor. Daí a importância da sua sustentabilidade e preservação para a ilha do Sal, para o turismo e para Cabo Verde”, enfatizou.

De notar que há pouco mais de dois anos, para cá, e ao contrário do que se verificava antigamente, as marés de “inverno”, ou marés vivas têm tirado areia da praia, mas esta não está a ser reposta naturalmente pelo mar como acontecia antes. Resultado disso é a diminuição substancial de areia da praia de Santa Maria, desde a zona de António Sousa, até ao Pontão, deixando cada vez mais calhaus e pedregulhos a descoberto, tirando não só beleza à praia, mas pondo, igualmente, em risco a vida dos turistas que ali se querem banhar.

Agora resta esperar pela celeridade do estudo e respectivas intervenções de requalificação do areal, que até lá irá continuar a perder areia, sem contar com a pressão de cada vez mais hotéis e resorts na frente marítima do Sal e com a apanha ilegal deste inerte, que infelizmente continua a ser uma realidade na ilha, apesar de ser proibido.

GC

 

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