Trinta e oito oficiais do Exército e três governadores do Sudão do Sul foram identificados e acusados por uma comissão das Nações Unidas de crimes de guerra e contra a Humanidade.
Entre os acusados estão oito tenentes-generais, 16 generais, oito generais de brigada e cinco coronéis, assim como três governadores estatais a quem se podem imputar crimes atrozes, de acordo com o relatório elaborado por um grupo de peritos, que contém informação abundante e suficiente para estabelecer a responsabilidade individual por estes crimes.
O dossiê contém 58 mil documentos e 230 declarações e entrevistas, e servirá de base para o estabelecimento de um tribunal especial ou outro mecanismo que garanta a sanção dos criminosos, escreve a agência de notícias espanhola, Efe.
A ONU procura, assim, cumprir um dos pilares do acordo de paz assinado em 2015 entre o Governo do Sudão do Sul e os rebeldes, que, ainda assim, não conseguiu parar o conflito e o banho de sangue que começou dois anos antes.
O relatório detalha crimes atrozes contra civis, como degolações e castrações, e revela que algumas crianças foram obrigadas a matar os seus parentes ou vê-los a serem violados.
A ONU estima que um quarto das vítimas de abuso sexual neste conflito são crianças, que constituem uma geração perdida, e “apenas um em cada 13 vão conseguir terminar a primária”.
Desde finais de 2013, quando o conflito se iniciou, quatro milhões de sudaneses fugiram do país.