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Economia

Sindicato acusa administração da TACV de dificultar processo de negociação e de pressionar trabalhadores

O secretário permanente do Sindicato dos Transportes, Telecomunicações Hotelaria e Turismo (SITTHUR) acusou esta segunda-feira a administração da TACV de estar a dificultar o processo de negociações dos trabalhadores da empresa e de pressioná-los.
Carlos Lopes, que falava durante uma conferência de imprensa, para fazer o ponto de situação das negociações com a conselho de administração dos Transportes Aéreos de Cabo Verde, afirmou que as negociações têm sido um pouco difíceis.
O secretário permanente do SITTHUR explicou que neste momento encontram-se sobre a mesa de negociações três importantes dossiers, nomeadamente o programa de pré-reforma, o programa de negociação de rescisão por mútuo acordo e o processo que visa a transferência dos trabalhadores de vários sectores da empresa para a ilha do Sal, no quadro da mudança de base operacional da Praia para aquela ilha.
“As negociações têm sido um pouco difíceis, ou seja, um jogo de equilíbrio extremamente difícil, uma vez que a administração tem alegado limitações financeiras. Estão a tentar conter os valores e os trabalhadores, através dos sindicatos, têm apresentado as suas razões sobre a mesa”, disse, explicando que não é justo nem aceitável que se obrigue os trabalhadores, cujo o local de trabalho á na Cidade da Praia, a se transferirem para outra ilha, cujo o custo de vida é muito mais elevado.
Segundo o sindicalista, o processo de negociação de transferência dos trabalhadores de vários sectores da empresa para a ilha do Sal, no quadro da mudança de base operacional da Praia para a ilha do Sal, encontra-se na fase de negociação e será concluído no final deste mês.
“Existe um número bastante significativo de trabalhadores que terão que ir para o Sal, estamos a negociar as condições para a transferência, sendo que há direitos que terão de ser acautelados e há condições de habitação que têm de ser criadas”, revelou, adiantando que se trata de um processo “extremamente complicado”, que envolve o pessoal de navegante de cabine, pilotos, pessoal de operação de voos, de manutenção e de escala.
Carlos Lopes assegurou que a questão habitacional na ilha do Sal é extremamente complicada, sublinhando que não há um número suficiente de habitação para acolher todo esse pessoal, elementos esses que, segundo o sindicalista, foram recolhidos no terreno.
Em relação ao programa de pré-reforma, avançou que a SITTHUR e o conselho da Administração da Transportadora aérea nacional chegaram ao consenso a nível da fixação de um quadro de condições, contendo as idades contempladas e as percentagens salariais a serem atribuídas aos trabalhadores candidatos ao programa.
“Não é aceitável que após as negociações entre as partes, na fase de passar os entendimentos para o papel, a administração tenha decidido conduzir o processo sozinho, sem nenhuma justificativa ou ouvir a opinião do sindicato com quem tinha negociado”, sublinhou, adiantando que perante essa atitude muitos desses trabalhadores, que não assinaram o acordo, vivem momentos de perturbação e ansiedade, uma vez que estão a ser pressionados.
Para o sindicalista, não é aceitável que os acordos que já foram assinados pelos trabalhadores sejam retidos pela administração da empresa que os mantém em seu poder e não entregou até então o exemplar que pertence a cada um trabalhador.
Por outro lado, denunciou a forma “pouco digna” como esse processo foi conduzido pela administração e seus colaboradores directamente envolvidos nesta parte final do processo.
Por estas e por outras razões, a SITTHUR entregou esta manhã ao conselho da administração uma proposta de reabertura deste processo, visando a introdução e correcções necessárias e criar condições de abertura para adesão dos trabalhadores que ficaram de fora, prometendo para breve formalizar um pedido de intervenção do ministro das Finanças e da Economia no processo.
Relativamente aos trabalhadores do programa de negociação de rescisão por mútuo acordo, disse que as negociações irão começar brevemente, mas salientou que provavelmente algum grupo de trabalhadores poderão ser demitidos pela empresa.
“Esperemos que todas as questões sejam resolvidas através de acordo, mas estamos também preparados para outros cenários que, eventualmente, venham ser necessários”, precisou Carlos Lopes , avisando que caso as partes não chegarem a um entendimento, a SITTHUR irá recorrer aos tribunais.
Inforpress

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