Responsáveis chineses e africanos classificaram uma investigação do jornal francês “Le Monde”, que indica que Pequim espiou a sede da União Africana (UA), como uma tentativa de desestabilizar as relações bilaterais.
“São tudo mentiras”, afirmou Faki, após um encontro com o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi.
Wang Yi afirmou sobre a reportagem do “Le Monde”, que “tentativas de dividir a China e África não serão bem-sucedidas”.
O responsável chinês afirmou que o apoio da China ao desenvolvimento de África é feito “altruistamente”, enquanto outros países têm os seus próprios interesses.
Citando várias fontes internas na UA, o “Le Monde” assegurou que os informáticos da organização constataram, há cerca de um ano, que o conteúdo dos servidores da Internet da organização foi transferido para outros servidores na cidade chinesa de Xangai.
As mesmas fontes dizem que essas transferências ocorreram desde 2012, após concluída a construção do novo edifício da UA.
Os servidores foram alterados em 2017, quando essa falha no sistema foi descoberta.
A nova sede da UA, o mais alto edifício de Adis-Abeba (Etiópia), com 22 andares e uma sala de conferências com dois mil e 500 lugares, foi uma “oferta da China à África”
A China é, desde 2009, o maior parceiro comercial de África.
Pelas estatísticas chinesas, em 2015, o comércio China-África somou 169 mil milhões de dólares (138 mil milhões de euros), mais do dobro do comércio de África com a Índia, que surge em segundo lugar, à frente dos Estados Unidos.
Há quase 30 anos que o ministro dos Negócios Estrangeiros da China começa sempre o ano com uma viagem à África.