A artista sanvicentina, Elly Paris, lançou nesta terça-feira (30), uma música a solo, intitulada “Konde”. A par da habitual presença forte da voz da jovem cantora, o single traz bem explícita uma forte mensagem contra o preconceito sexual.
Há cerca de um mês que Elly Paris, da dupla Divas Paris, anunciou estar a trabalhar na captação de imagens para uma nova música, desta feita a solo. Com efeito, o single “Konde”, acompanhado de um vídeo-clipe, foi lançado no youtube, para a satisfação da artista e dos seus fãs.
Segundo informou a cantora na sua página do facebook, fechou os olhos e pôs todo o seu amor no single. “Seja a favor do amor independentemente da forma, desde que é saudável… As pessoas merecem ser julgadas pelo carácter, não por condições de nascença nem por escolhas feitas. Neste single, fechei os olhos e coloquei todo o meu amor nele. Respeito acima de tudo, pois é o que realmente importa”, pode-se ler na publicação anexada ao vídeo.
Ao início da tarde desta quarta-feira, o vídeo-clipe “Konde” já tinha ultrapassado a barreira das oito mil visualizações no youtube, em menos de 24 horas. O vídeo foi produzido e dirigido pela Prisma Vídeos, numa parceria com a Sangue Kriol Music.
O tema retrata as vivências de pessoas com opções sexuais diferentes e surge quase como um apelo ao respeito pelos direitos da comunidade LGBT. Nos últimos anos, tanto em Cabo Verde, como no mundo inteiro, é perceptível que a diversificação sexual e as conquistas da comunidade LGBT ganharam um novo espaço na sociedade, sendo um dos assuntos mais comentados e discutidos.
E, apesar de boa parte da população mostrar-se favorável em relação aos direitos homossexuais e até mesmo começar a enxergar o movimento com uma nova perspectiva, ainda há outra parte que continua recriminando e incitando o ódio aos homossexuais.
O vídeo-clipe “Konde” é finalizado com o testemunho de Tchinda Andrade, a primeira mulher transgênero assumida de São Vicente e Cabo Verde. Tchinda, cuja história foi motivo de um documentário cabo-verdiano-espanhol, realizado e escrito por Pablo García Pérez de Lara e Marc Serena, assumiu a sua condição sexual em 1997, com 18 anos. Em 1998 foi eleita a primeira Miss Travesti de Cabo Verde.
“Sempre houve preconceito. As vezes, a pessoa te discrimina sem dar por isso. Mas, para ser feliz, tens de ser o que tu és e queres ser, sem pensar em o quê que as pessoas vão dizer. Se eu não assumisse, viveria infeliz”, conclui Tchinda Andrade.
O documentário “Tchindas”, gravado em São Vicente, foi exibido no festival de cinema Outfest de Los Angeles em 2015, onde recebeu o Grande Prémio do Júri. Estreou-se em Cabo Verde a 26 de novembro de 2015.
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JF
Elly Paris lança single com mensagem forte contra o preconceito sexual
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