As negociações entre os conservadores de Angela Merkel e os sociais-democratas de Martin Schulz começam, este domingo, 7, naquela que poderá ser a última oportunidade para a chanceler alemã formar um Governo estável.
As conversações, que deverão prolongar-se por seis dias, servirão para as partes decidirem se avançam com negociações formais para a formação de uma coligação.
Merkel tem dito que os seus democratas-cristãos (CDU) querem apenas negociar uma “grande coligação”, como aquela que lhe permitiu Governar a Alemanha desde 2013, mas Martin Schulz tem sublinhado que outras opções, como o apoio do seu SPD a um governo conservador minoritário, devem manter-se sobre a mesa.
Se não conseguirem chegar a acordo, a Alemanha poderá ter de avançar para novas eleições legislativas, o que poderá beneficiar o partido de extrema-direita AfD.
Numa primeira reunião informal, na quarta-feira, as duas partes asseguraram, num breve comunicado, que “a confiança aumentou”: “Iniciamos as negociações com optimismo”.
Três meses após as legislativas de que saiu vitoriosa, mas enfraquecida, Angela Merkel vê-se obrigada a tentar encontrar um compromisso com os social-democratas se quiser continuar a chefiar um executivo apoiado por uma maioria na câmara dos deputados.
A chanceler, que já disse preferir novas eleições a um Governo minoritário, falhou em Novembro um acordo com os ecologistas e os liberais.
Voltou-se, por isso, para os sociais-democratas, que temiam uma nova coligação com Merkel, após os eleitores os terem punido por quatro anos de aliança com a CDU nas eleições de setembro, em que obtiveram o pior resultado desde 1933.
A intervenção do Presidente, Frank-Walter Steinmeier, que quer evitar novas eleições, terá ajudado a convencer Schulz a negociar com Merkel, quando após as eleições afirmou que o SPD ficaria na oposição.
No final, caberá a um congresso do SPD marcado para 21 de Janeiro decidir se o mais velho partido da Alemanha se juntará ou não a uma coligação com os conservadores.
O país é, actualmente, dirigido por um executivo encarregado de gerir os assuntos correntes, com a chanceler conservadora como líder.