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São Vicente

São Vicente: Corpo de jovem há quase 10 dias à espera de autópsia

O corpo da jovem Amândia Semedo, que faleceu no passado dia 28 de Dezembro, no Mindelo, ainda está à espera de ser autopsiado. A Procuradoria de São Vicente ainda não tem data para que isso aconteça devido aos trâmites da vinda do médico legista da cidade da Praia. Mas esse não é um caso isolado.

Os familiares de Amândia Semedo estão por conhecer as causas da morte dessa jovem, de 33 anos, falecida no passado dia 28 de Dezembro. Há mais de 10 dias que o corpo encontra-se na morgue do Hospital Baptista de Sousa (HBS), em câmara frigorifica, à espera de autópsia, condição necessária para ser enterrado. Um exame que só poderá acontecer depois que o Ministério Público (MP) despachar as diligências para trazer o médico-legista da cidade da Praia, uma vez que em São Vicente não há esse tipo de especialista.

A jovem foi levada na noite de 28 Dezembro de ambulância ao Hospital, mas acabou por dar entrada no Banco de Urgências já sem vida. A direcção do HBS accionou as autoridades sanitárias, a Delegacia de Saúde e a Polícia que não conseguiram apurar as causas da morte, através do exame externo, sendo o caso remetido ao Ministério Público, como manda a lei. Isto de acordo com informações recolhidas pelo A NAÇÃO junto da direcção do HBS e do Delegado de Saúde de São Vicente, Elísio Silva.

Agora, a instância judicial terá de fazer a autópsia, mas conforme informações colhidas pelo A NAÇÃO junto à Procuradoria local, ainda não há uma data marcada, em virtude de se estar a ver os assuntos como passagem e estadia para o médico. Um longo tempo de espera para a mãe da extinta, que veio da França para o enterro da filha, mas pode ter que regressar, devido a deveres profissionais, sem o conseguir fazer. Também muito sofrimento para a família que vai ter de cuidar dos dois filhos menores deixados órfãos por Amândia.

Repetição

Contudo, o caso de Amândia não é um facto isolado. Conforme o apurado por este jornal, muitos outros corpos já estiveram dias a fio em câmara frigorifica à espera de autópsia, por causa da falta de um médico legista em São Vicente. Este tipo de situação repete-se desde 2012, altura em que o médico-legista Ledo Pontes, na altura residente na ilha do Monte Cara, viajou para os Mosteiros, ilha do Fogo, para substituir o delegado de Saúde, e nunca mais voltou.

Desde então, os casos que obrigam a presença desse tipo de especialista têm sido cobertos pelo profissional da cidade da Praia, que demora muito tempo a ser deslocado. Um constrangimento com que os sanvicentinos terão que conviver, ao que parece, por mais algum tempo, até a vinda de Ariana Monteiro, até há bem pouco tempo delegada de Saúde de São Vicente e que agora encontra-se no exterior a especializar-se precisamente nessa área de medicina legal.

 

 

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